Médicos do Hospital Infantil Santa Catarina, em Criciúma, única unidade pediátrica que atende pelo SUS no Sul do Estado, denunciam problemas na instituição por meio de uma carta aberta. No documento de três páginas, os profissionais reclamam de falta de medicamentos, equipamentos, alimentos e materiais de limpeza e das condições precárias de trabalho.
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Até o fim do ano passado, a gestão da unidade era feita pelo Hospital São José. Há nove meses, o Instituto de Saúde e Educação Vida (Isev) assumiu a administração, inicialmente com um contrato emergencial. Depois, venceu a licitação e assinou um contrato de 10 anos.
O texto assinado por médicos e pelos sindicatos dos Médicos da Região Sul (Simersul) e dos Trabalhadores na Saúde da Região Sul (Sindisaúde) também afirma que há assédio moral, incluindo ameaças de demissão, descumprimento de direitos trabalhistas e atrasos no pagamento dos funcionários.
A carta alerta ainda para a possibilidade real de paralisação das atividades no hospital. Isso porque o corpo clínico será exonerado no dia 30 de junho para posterior recontratação imediata, já que o Isev agora passa de gestor temporário para administador oficialmente contratado. Porém, a maioria dos médicos já manifestou intenção de não renovar o vínculo sob as atuais condições, que envolvem uma “quarteirização”: a contratação se daria por meio de uma terceira pessoa jurídica, mediante a inclusão de todos como sócios. “Em outras palavras, apesar de o Isev ter a gestão do hospital, não quer ter em seu quadro de funcionários nenhum médico”, lê-se no documento.
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Além de protocolar ofício junto ao secretário de Saúde de Criciúma e ao Ministério Público Federal, informando das irregularidades, o advogado dos médicos, Samuel Francisco Remor, deve levar o caso ao Ministério Público do Trabalho.
Secretaria Municipal de Saúde e Isev se reuniram na noite de segunda-feira e informaram que o instituto vai se manifestar sobre a situação em coletiva às 14h desta terça-feira, no Hospital Santa Catarina.