Arthur e Bernardo, de 4 anos, nasceram unidos pela cabeça e compartilhavam parte do cérebro. Eles foram considerados o caso mais velho a fazer a cirurgia de separação, segundo especialista. Após nove cirurgias e quatro anos de espera pelo procedimento via SUS, os irmãos foram separados com êxito. Informações são do G1

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Os gêmeos compartilhavam cerca de 15% de cérebro e dividiam também uma veia muito importante que conduzia o sangue aos corações dos dois. O caso é raro e gravíssimo. Para realizar o procedimento foi necessário muitos treinamentos e o auxílio do médico inglês Owasi Jeelani, de Londres, que é a referência em cirurgias deste tipo no mundo.

Com o custeamento do Sistema Único de Saúde (SUS), o casal de Boa Vista, Roraima, teve toda assistência necessária desde a gestação das crianças. Por estar se sentindo mal, a mãe, Adriely, foi transferida para um hospital do Rio de Janeiro, onde os meninos nasceram. Eles foram encaminhados ao Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer com apenas 8 meses de idade. Os primeiros sete procedimentos foram feitos pela equipe do neurocirurgião Gabriel Mufarrej na instituição. 

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Para as duas últimas cirurgias, que foram as mais complexas, a equipe brasileira foi auxiliada com cursos à distância e também com a presença de Owasi Jeelani, na última. A cirurgia que permitiu a separação definitiva dos irmãos durou cerca de 23 horas e foi pensada em cada detalhe. O grupo médico estava separado em dois e cada um era responsável por uma das crianças. O procedimento foi um sucesso e, ao saírem do bloco cirúrgico, Arthur e Bernardo já estavam separados. 

— Eles já passaram por tanta coisa, já sofreram tanto. Eles são muito guerreiros. Nosso coração é só gratidão — conta com gratidão a mãe. 

O Instituto Estadual do Cérebro foi convidado a ser um parceiro da Fundação Gemini Untwined, criada pelo doutor Owase Jeelani. A equipe do médico Gabriel Mufarrej será referência para futuras cirurgias de separação de gêmeos unidos pela cabeça na América Latina.

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