O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso por estuprar uma paciente durante o parto no Rio de Janeiro, teve a prisão convertida de flagrante para preventiva nesta terça-feira (12). A polícia investiga outras cinco vítimas. As informações são do g1.

Continua depois da publicidade

Receba notícias do DC via Telegram

A decisão ocorreu após audiência de custódia realizada na cadeia pública José Frederico Marques, onde ele esta detido desde segunda-feira (11). Agora, ele será transferido ao Presídio Pedrolino Werlign de Oliveira (Bangu 8), no Complexo de Gericinó, onde ficará em uma cela individual, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). 

A prisão preventiva garantirá que ele permaneça preso por tempo indeterminado. Porém, a situação pode ser reavalida depois de 90 dias. 

Neste prazo, a polícia pretende concluir o inquérito e entregar ao Ministério Público de Rio de Janeiro (MPRJ), que decidirá se mantém, ou não, a prisão. 

Continua depois da publicidade

Relembre o caso

O flagrante ocorreu após um grupo de funcionários do Hospital da Mulher Heloneida Studart, no Rio de Janeiro, desconfiar do comportamento do médico. Eles, então, decidiram gravar a cesárea na qual ele estava escalado no domingo (10). 

De acordo com a polícia, uma das funcionárias disse que “Giovanni ficava sempre à frente do pescoço e da cabeça da paciente, obstruindo o campo de visão de qualquer pessoa” durante a cirurgia. 

Por conta disso, ela e outros funcionários esconderam um celular, que filmou todo o procedimento. Como não estavam na sala no momento, eles só viram o abuso quando pegaram o telefone. 

A funcionária contou, ainda, que Giovanni sedava “de maneira demasiada” e que “as pacientes nem sequer conseguiam segurar os seus bebês”, e na segunda operação de domingo, ele “usou um capote aberto nele próprio, alargando sua silhueta, e se posicionou de uma maneira que também impedia que qualquer pessoa pudesse ver a paciente do pescoço para cima”.

Continua depois da publicidade

“Giovanni, ainda posicionado na direção do pescoço e da cabeça da paciente, iniciou, com o braço esquerdo curvado, movimentos lentos para frente e para trás”, completou no depoimento. 

Ainda de acordo com a polícia, a violência durou 10 minutos. A investigação tenta apurar se outras mulheres também foram vítimas do anestesista. 

Quem era o médico? 

Com 32 anos, Giovanni se formou em 2017 pelo Centro Universitário de Volta Redonda (UNIFOA), mas concluiu a especialização em anestesia no início de abril. Ele atuou em pelo menos 10 hospitais públicos e privados. 

Nas redes sociais, ele postava várias imagens da profissão, inclusive com o uniforme das unidades. Em uma das pubicações, ele disse: “Vocês ainda vão ouvir falar de mim, esperem”.

Continua depois da publicidade

Ao ser preso, ele demonstrou surpresa, principalmente ao descobrir que a ação foi gravada. O anestesista foi indiciado por estupro de vulnerável, cuja pena é de 8 a 15 anos de prisão. 

Ao g1, a defesa de Giovanni afirmou que ainda não obteve acesso na íntegra dos depoimentos e elementos de provas que foram produzidos para a prisão em flagrante e, por isso, não irá se manifestar no momento. 

Leia também: 

Congresso aprova texto-base da LDO sem obrigatoriedade do pagamento do orçamento secreto

Foto de casal se beijando no córrego da UFSC viraliza, e especialistas alertam para doenças

Florianópolis tem falta de antibióticos e paracetamol pelo SUS; veja lista completa