Um médico que mora em Joinville concluirá uma missão até o próximo fim de semana: garantir o sorriso de mais de cem pessoas.
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O cirurgião plástico Humberto Thormann Bez Batti, 43 anos, que trabalha no Centrinho Luiz Gomes – referência estadual em reabilitação de fissura lábio-palatina – está desde o último sábado em Lima, no Peru.
Voluntário desde 2008 da organização não-governamental Operation Smile, que no Brasil recebe o nome de Operação Sorriso, ele participará de procedimentos cirúrgicos capazes de mudar a vida de muita gente.
A fissura labial, ou lábio leporino, é uma má-formação que causa uma abertura que começa na lateral do lábio superior e pode atingir a gengiva e até o nariz. No caso da fenda palatina, a posição é no céu da boca. Ambas podem ocorrer ao mesmo tempo. Mas o problema é corrigido com uma ou duas cirurgias de no máximo uma hora.
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A ONG Operação Sorriso reúne especialistas de vários cantos do planeta dispostos a participar voluntariamente destes procedimentos. A entidade custeia a passagem e a estada dos profissionais, e transporta equipamentos médicos e cirúrgicos. A força de vontade de largar a comodidade da rotina fica a cargo dos voluntários.
Segundo Humberto, 250 pessoas se inscreveram para serem atendidas pelo programa voluntário; 115 foram escolhidas. Crianças tiveram prioridade.
– Deve haver uma média de 150 cirurgias porque uma criança, por exemplo, pode fazer mais de um procedimento-, comentou o médico.
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Ou seja, elas podem apresentar tanto a fissura labial como a fenda palatina.
Dois brasileiros
Além de Humberto, outro brasileiro – um cirurgião plástico de Curitiba – participarão da missão. Serão 60 profissionais entre cirurgiões, anestesistas, pediatras, fonoaudiólogos, assistentes sociais e enfermeiros.
– Vai ser uma troca de experiências. As pessoas estarão lá com o mesmo espírito. Deixaram seus empregos por uma semana para transformar algumas vidas. Será gratificante-, define Humberto, que é articulista de “AN”.
Não será a primeira vez que o médico participa de missões da Operação Sorriso. Em 2008, ele foi a Fortaleza. Em 2010, vivenciou em Santarém (PA) o preconceito a que a má-formação pode sujeitar quem nasce com ela.
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– Segundo as normas de uma tribo indígena, a criança não poderia ser aceita. A mãe o abandonou no meio do mato. O pai a buscou e os dois foram expulsos. O pai procurou a Funai, que chegou à ONG, e o menino fez a cirurgia. Não participei dela, mas os profissionais envolvidos se comoveram-, lembra o médico.