O médico preso em Joinville nesta sexta-feira (1) por suspeita de estuprar uma paciente em um posto de saúde é investigado em outros dois inquéritos por crimes semelhantes, de acordo com a Polícia Civil. Um deles teria acontecido na Bahia e o segundo também na maior cidade de Santa Catarina.   

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O delegado Pedro Alves, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami), informou que o homem, de 64 anos, responde a um inquérito instaurado na Bahia por um fato ocorrido há alguns anos. Ele é investigado pela suspeita de estupro de vulnerável, quando a vítima tem menos de 14 anos.

O outro inquérito foi instaurado na Dpcami de Joinville e investiga uma tentativa de estupro também em decorrência da função. Ele teria usado da posição de médico para cometer o crime, de acordo com a Polícia Civil.

– Estamos colhendo depoimentos de testemunhas, pessoas que tenham ciência (do crime) ou contato com a vítima ou o investigado. Ele ainda vai ser interrogado nesse inquérito, então estamos em fase de investigação – revelou o Alves.

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Após a abertura dos dois inquéritos em Joinville, a Polícia Civil informou que pelo menos uma mulher já procurou a Dpcami para realizar nova denúncias contra o médico. A orientação do delegado é de que qualquer pessoa que tenha sido vítima do homem também busque a delegacia para denunciá-lo.

Estupro teria acontecido durante consulta

No inquérito que causou a prisão do médico nesta sexta-feira, a investigação já foi concluída e remetida aos demais poderes. O Ministério Público ingressou com ação penal, tornando o suspeito réu no processo, e a Justiça emitiu o mandado de prisão preventiva contra o homem.

O caso chegou até a polícia por meio da vítima, que registrou boletim de ocorrência contra o médico. Segundo o delegado, a investigação apontou que o crime foi praticado em agosto durante uma consulta médica no posto de saúde do Iririú, onde o profissional atuava como clínico geral.

No local, ele teria abusado sexualmente da vítima. O delegado afirma que não houve conjunção carnal, mas a prática de outros atos libidinosos. A maneira com que foram praticados não pode ser relevada porque o processo corre sob sigilo na Justiça.

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– Ele se utiliza da condição de médico, se aproxima das vítimas dessa forma e o delito, geralmente, é praticado no ambiente do consultório. Ele busca se aproximar, manter contato e passa, de uma certa forma, a coagir as vítimas para praticar esse tipo de delito – conta o delegado.

Como saber se foi vítima de crime sexual?

O delegado Pedro Alves é responsável pelas investigações dos crimes sexuais na Dpcami de Joinville. Para ajudar possíveis vítimas a identificarem potenciais situações e denunciarem à polícia, ele explica quais atos podem ser considerados como abuso sexual.

– Qualquer tipo de palavra, toque ou gesto não consentido pela vítima, que gere algum tipo de constrangimento, pode ser caracterizado como crime sexual. Para a gente configurar qual delito foi praticado, vai depender do grau da conduta praticada – detalha.

Segundo Alves, existem condutas que configuram importunação sexual, que são situações em que há algum tipo de contato mais superficial ou um beijo lacivo, por exemplo. Já o ato libidinoso mais invasivo pode configurar estupro, mesmo que não tenha havido conjunção carnal.

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Em caso de vítimas com menos de 14 anos, independentemente de consentimento, também se configura crime contra a dignidade sexual.

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