Para quem recebe todos os dias vítimas de queimaduras, 2014 é um ano de grande expectativa. Por 32 votos a um, os parlamentares catarinenses derrubaram o veto do governador e garantiram, no fim do ano passado, a aprovação de uma lei inédita no país pela abrangência da proteção que oferece a pacientes com sequelas graves de queimaduras. De autoria do deputado Dado Cherem (PSDB), que em suas duas gestões como Secretário de Estado da Saúde investiu em campanhas para a prevenção destes traumas, a lei deve virar referência para os demais Estados pelo seu impacto social.

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Reunido com o deputado há cerca de dois anos, ocasião em que respondia pela presidência da Sociedade Brasileira de Queimaduras, expus o dramático panorama desta doença no país. Sem políticas públicas que promovam a inserção social das vítimas de queimaduras, os pacientes carregam vida afora limitações físicas, traumas psicológicos e a consequente exclusão do mercado laboral. E não falamos aqui de uma centena de pessoas, mas de um milhão de queimados a cada ano, sendo que dois terços são crianças expostas ao fogo, escaldamento e choque elétrico – quase sempre – no ambiente onde vivem.

Por mais que as campanhas de prevenção alertem sobre os riscos de acidentes, já era tempo de apostarmos no cuidado de quem, em um instante de descuido, ganhou cicatrizes vitalícias. Os parlamentares estão de parabéns pela aprovação de uma lei que garantirá gratuitamente a reabilitação física e psicológica, cirurgia plástica reparadora, atendimento educacional especializado para a reinserção das vítimas no mercado de trabalho, transporte público e direito às vagas reservadas para deficientes, além de consequente investimento nos setores de queimados disponíveis pelo SUS em Santa Catarina.

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