Com estado de conservação precário, o setor clínico do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt de Joinville causa indignação de pacientes e funcionários.
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Os problemas começam no corredor, onde a pintura das paredes está descascada. Além disso, as portas velhas e estragadas dos quartos ajudam a construir um cenário assustador.
Nos quartos, a situação é ainda mais alarmante. A maioria das camas reclináveis não funciona, as poltronas para acompanhantes estão estragadas e grande parte do mobiliário para guardar pertences pessoais está quebrada e enferrujada.
– É complicado. Se um paciente bater nos móveis enferrujados, ele pode até pegar tétano, caso não tenha tomado a vacina antitetânica – alerta uma técnica de enfermagem que trabalha na instituição.
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Queixas nas redes sociais
A primeira reclamação contra os problemas de infraestrutura do Hospital Regional foi feita na rede social Facebook, por um internauta que postou fotos mostrando as péssimas condições do quarto onde seu padrasto estava internado.
A equipe do jornal “A Notícia” verificou que os problemas na estrutura do setor vão além.
Foi constatado que nenhum quarto da ala clínica tem climatização de ar e que poucos leitos contam com uma campainha de emergência.
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As condições dos banheiros também são críticas. Além de não ter água quente, há pisos e azulejos quebrados.
Teodomira Oliveira, que está internada há mais de dois meses por causa de um problema no fígado, contou que só há um banheiro no corredor com água quente para todos os pacientes.
Sua filha, a pedagoga Vanessa Antonela, que a acompanha no hospital, acredita que a falta de estrutura prejudica a recuperação dos pacientes.
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– É ruim, porque às vezes tem fila e aí tem que ficar olhando para ver quando está livre. Para quem está acompanhando, tudo bem tomar banho de água fria, mas para quem está doente, fica muito complicado – afirma Vanessa.
Uma técnica de enfermagem também diz que há outros problemas em relação aos banheiros do quartos. Segundo ela, o espaço é muito pequeno e dificulta o trabalho dos enfermeiros, principalmente no caso de pacientes com dificuldades de locomoção.
– Às vezes, a gente precisa entrar em dois no banheiro para dar banho no paciente e não dá, não tem espaço.
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Problemas podem causar infecção nos pacientes
As imagens dos quartos e banheiros do setor clínico do Hospital Regional foram analisadas pelo médico especialista em infectologia Luiz Henrique Melo, que constatou alguns problemas. Para isto, ele se baseou nos parâmetros da RDC 50/2002, que regulamenta os diversos itens referentes a esta situação.
– O banheiro não tem espaço suficiente para que um cadeirante entre no ambiente. Além disso, também não há corrimão e é possível perceber que suas condições não estão adequadas. Existem recomendações que norteiam a manutenção da infraestrutura hospitalar e suas modificações – explica.
Melo também constatou a presença de mofo nas paredes e ressaltou que isso pode ser decisivo para se contrair infecções graves causadas por fungos em pacientes com baixa imunidade.
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– Didaticamente, a arquitetura hospitalar, no que tange às infeções relacionadas a serviços de saúde (a popular infecção hospitalar) interfere de forma decisiva em sua geração – afirmou.
Ele também atentou para o fato de que o Sistema Único de Saúde (SUS) vive um momento de promoção da humanização dos ambientes hospitalares, o que, segundo Melo, não pode ser encontrado no local.
Setor será reformulado
Em contrapartida, o diretor-geral do Hospital Regional, Hercílio Fronza Júnior, disse que, apesar dos problemas estruturais do setor clínico da unidade, a segurança biológica dos pacientes não está em risco.
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Ele argumenta que esta situação será revertida com a reconstrução do setor.
– O projeto já foi feito e, no dia 7 de março, será definida a empresa vencedora da licitação para fazer as obras – afirmou.
Como 27 leitos do setor clínico já estão fechados por causa desses problemas, a reforma deverá ser iniciada por lá.
Depois disso, será feito o restante da obra. O projeto contempla a climatização de todo o setor, readequações dos quartos, banheiros, redes elétrica e hidráulica e novo mobiliário.
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O investimento será de cerca de R$ 7 milhões. Para garantir que a reforma seja feita dentro do projeto, alguns funcionários do hospital irão montar uma equipe de acompanhamento das obras.