Foi preso nesta quinta-feira, 23 de junho, o médico Rolf Praetzel Schaurich, acusado de matar o vigia Renato Coutinho do Prado. O crime ocorreu em 1994 mas, mesmo depois de ser condenado em júri popular, Rolf continuava em liberdade, pois ainda cabia recurso. A prisão ocorreu porque, em fevereiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que cabe início da execução da pena condenatória após a confirmação da sentença em segundo grau.
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Rolf foi preso na cidade de Guaporé, no Rio Grande do Sul, onde ainda atuava como ortopedista e traumatologia. Em 2000, o jornal A Notícia publicou uma matéria sobre a ausência do acusado no júri popular. Na época do crime, o homicídio chocou os joinvilenses.
Segundo informações da denúncia oferecida pelo Ministério Público de Santa Catarina em 1995, o médico tinha 27 anos e residia em um prédio no centro da cidade. O texto da denúncia afirma que na madrugada de 19 de junho de 1994, Rolf saiu de casa sozinho no carro da noiva e o guardou no estacionamento do Hospital São José. De lá, teria ido aos bares da avenida Getúlio Vargas e na boate Chamonix.
Por volta das 6h30 da manhã, retornou ao veículo acompanhado por uma mulher. Já dentro do estacionamento do hospital, urinou na grama, fazendo com que o vigilante José Carlos Paes chamasse sua atenção. De acordo com testemunhas, Rolf anunciou que era médico e que o vigia era “absolutamente nada”.
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Chegando para seu turno, o vigilante Renato Coutinho do Prado, que tinha 29 anos, intercedeu junto ao colega, ocasionando uma discussão entre Renato e o médico. O vigilante foi até a guarita telefonar para a supervisora e pedir providências, já que Rolf era funcionário do hospital. Enquanto isso, a moça que acompanhava o médico o convenceu a sair do local e foram a pé até o Supermercado Vitória.
No entanto, mais tarde, o acusado voltou ao estacionamento no carro da acompanhante e, em vez de retirar o próprio veículo do local, ele e a moça começaram a trocar carícias. Renato foi chamar a atenção do casal e Rolf saiu do carro. Segundo testemunhas, quando Renato tentou colocar a mão no ombro do médico, este efetuou três disparos em direção ao solo, para mostrar que estava armado. Renato voltou à guarita e pediu auxílio à Polícia Militar, mas, em seguida, voltou ao carro de Rolf e pediu que ele fosse embora, já que as pessoas estavam começando a chegar ao hospital.
Neste momento, o acusado apontou a arma em direção a Renato e efetuou mais dois disparos. Um deles atingiu o tórax da vítima, que morreu em consequência dos ferimentos causados pelo tiro. O policial militar Valdir Ribeiro da Cruz, que estava na frente do Pronto Socorro do hospital no momento do crime, correu em direção ao denunciado e deu voz de prisão ao médico. Este, no entanto, conseguiu fugir do local, passou no apartamento que dividia com a noiva na rua Abdon Batista e fugiu para Santa Maria, onde viviam seus pais. Desta forma, conseguiu evitar a prisão em flagrante – e ficou em liberdade durante duas décadas.
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