Um médico morador de Balneário Camboriú tentou se vacinar pela terceira vez contra o coronavírus, mas foi descoberto e impedido pela equipe do posto de saúde. Ele queria receber a dose vinda do fabricante Pfizer. A cidade recebeu cerca de 2 mil frascos do imunizante nos últimos dias, após garantir ao Estado que tem condições de armazená-los na temperatura diferenciada que exigem.

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A secretária de Saúde do município, Leila Crocomo, conta que o caso ocorreu na unidade do bairro Ariribá, na quarta-feira (26). O homem chegou e pediu para tomar a dose da Pfizer. A servidora que o atendeu estranhou o fato de um profissional da saúde não ter sido vacinado ainda (pessoas deste grupo foram as primeiras na lista de prioridade da campanha de imunização) e checou o CPF dele no sistema do Ministério da Saúde.

Como o nome constava como pessoa vacinada com as duas doses necessárias, a terceira foi negada e a secretaria de Saúde foi notificada, já que o médico contestou a informação e insistiu em ser atendido. Para ter certeza, a prefeitura entrou em contato com a cidade onde ele trabalha e teve a confirmação de que o profissional havia mentido.

— A gente não sabe o efeito de uma superdosagem. Além de colocar a própria vida em risco, você tira a oportunidade de alguém que está esperando a imunização — diz Leila.

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Ela revela que desde a chegada das vacinas Pfizer a procura por elas tem sido grande. Há quem, inclusive, recuse receber a aplicação dos outros dois tipos disponíveis (Coronavac e Astrazeneca).

Para evitar que mais pessoas tentem repetir a vacinação, as equipes dos postos de saúde do município estão checando junto ao sistema do Ministério da Saúde o CPF de todos que recebem a dose da Pfizer. 

Até esta quinta-feira (27), a cidade havia vacinado mais de 36,5 mil pessoas.

Queridinha do momento

Há duas explicações para o comportamento do médico e desses moradores. Estudos da fabricante indicaram que as vacinas Pfizer têm um percentual de eficácia maior que as outras duas.

Além disso, ganhou força na Europa o discurso de que apenas vacinados com doses de imunizantes aprovados pela União Européia (como a Pfizer e Astrazeneca) poderão entrar nos países da região.

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Vacina exige cuidados extras

A Anvisa autorizou nesta sexta-feira (28) novas condições de conservação e armazenamento para a vacina produzida pela Pfizer. O novo texto de bula permite ela seja mantida em temperatura controlada entre 2 a 8 graus Celsius por até 31 dias. Antes a vacina poderia ser mantida a esta temperatura por no máximo cinco dias.

Para aprovar as novas condições, a equipe técnica da Anvisa avaliou os estudos de estabilidade apresentados pelo laboratório desenvolvedor do imunizante. A partir de agora, então, cidades que receberem as doses poderão guardá-las por mais tempo.