“O governo do Estado anunciou que vai aumentar a renda dos médicos aplicando a meritocracia. Quem trabalha mais, com boa produtividade, vai receber mais. Assim, a classe médica poderá ter rendimentos decentes para sustentar sua família e cursos de aperfeiçoamento, congressos, livros caríssimos e outras despesas inerentes à profissão. Assim fez a Suécia há 50 anos e logo leitos hospitalares foram sendo desocupados e não foi preciso construir outros.
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Quando o médico é bem remunerado pode dedicar mais tempo ao exame ambulatorial do paciente, determinando o tratamento mais correto para a cura da doença, o que evitará a necessidade de hospitalização.
A Suécia quando resolveu pagar bem seus médicos reduziu em 70% a necessidade de hospitalização. E o que resultou disso? Um milagre: economia! Ou seja, pagando bem os profissionais, o Estado terá lucro. Um milagre da boa gestão e da inteligência. Na forma como é organizado hoje o serviço médico, muitas vezes com salários aviltantes, os profissionais são obrigados a tentar atender em vários empregos, correndo de um para o outro, atrasados pelo trânsito, sem tempo de estudar corretamente o paciente.
Digo tentar atender, porque na realidade falta tempo para ouvir todas as queixas do doente e examiná-lo como se deve. O resultado é que sem esse bom exame o médico pode não fazer o diagnóstico correto e, portanto, sem acertar a doença, não poderá realizar a cura. Então, agrava-se o estado clínico do paciente, que vai necessitar de hospitalização, ocupando mais leitos e corredores.
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Bem-vinda a hora em que a administração estadual percebeu a realidade. Pagar bem ao médico do posto de saúde e do ambulatório, principalmente, resultará em uma grande melhora no atendimento. Então, sobrarão leitos hospitalares, evitando-se o desperdício. E sobrarão verbas para outras necessidades da população. O povo agradecerá.“