Os ministros recebem orientação da presidente da República para seguir uma certa linha de ação e não se afastar dos objetivos traçados. Mas muitas vezes eles se desviam dessa rota, sem ter quem lhes puxe as orelhas. O ministro Wagner Rossi, da Agricultura, já não era ficha limpa quando nomeado pelo então presidente Lula, que estava alertado da situação. Como sabemos, o ex-presidente não tem a noção do bem e do mal, o que já se comprovou muitas vezes.

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Nos feriados do final de ano, faltou luz e água em diversas regiões de Florianópolis. A Casan acusou a falta de força para movimentar seus motores, no recalque de água, e a Celesc disse que a Casan podia ter agido melhor. O velho jogo de empurra que fazem os gestores quando falham. A explicação da Casan é a de que se houvesse força suficiente na rede elétrica não teria faltado água, que por sinal estava sobrando. E a Celesc, com essa falha estrutural que é crônica em quase toda a nação, balbuciou desculpas tentando justificar o injustificável.

Não é possível tolerar, em qualquer região do país, as falhas estruturais que se prolongam através do tempo por falta de vocação de ministros administradores. As autarquias e órgãos de administração direta não são independentes. São órgãos sujeitos a autoridade direta do governador ou, no caso dos federais, do presidente da República. Os presidentes da Casan e da Celesc já deveriam ter levado ao governador, em tempo hábil, as deficiências desses órgãos e, caso não fossem ouvidos a contento, deveriam ter protestado e exigido uma pronta ação do governador Raimundo Colombo, alertando sobre os possíveis problemas que poderiam ocorrer – como de fato aconteceram. Existe uma hierarquia no governo e ela deve funcionar. Do contrário, os ratos sobem na mesa.