Medicamentos mais potentes serão usados na segunda tentativa de pôr fim ao sofrimento da baleia franca que encalhou há seis dias na praia de Itapirubá, em Laguna, Litoral Sul de Santa Catarina. Doses mais altas e outras fórmulas serão utilizadas nesta que será a segunda tentativa de sacrifício.
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A decisão foi tomada neste domingo, por médicos veterinários, biólogos e demais integrantes do grupo de especialistas que monitora as condições de saúde do cetáceo. Na sexta-feira, houve a primeira aplicação de sedativos e relaxamentos. Embora as doses tenham sido fortes, não foram suficientes para matar o animal.
Por três dias foram feitas tentativas de rebocar o animal de volta ao mar. Na quinta-feira, o laudo técnico da Marinha atestou que o resgate seria extremamente arriscado porque a operação poderia causar lesões irreversíveis na baleia. O local de encalhe associado às ondulações grandes fez com que o corpo fosse cada vez mais empurrado em direção à praia.
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Na quinta-feira, o animal entrou em estado de choque. Desde sexta-feira, ele se mantém com baixa frequência respiratória e reflexo na pálpebra do olho direito. Amostras do borrifo e de sangue foram coletadas para a análise. Nesta segunda, novas coletas devem ser feitas antes da tentativa da eutánasia.
A diretora de pesquisa do projeto Baleia Franca, Karina Groch, explica que a estabilidade desses sinais vitais faz com que não se tenha uma estimativa sobre quantos dias a baleia ainda resistirá.
A espécie
– A baleia franca tem hábitos costeiros e habilidade para se manter sem encalhar em locais de profundidades rasas;
– Os casos de encalhe são raros se comparados a outras espécies, como a jubarte
– A baleia franca tem espessa camada de gordura no corpo, o que garante fonte de energia e água durante a migração das áreas de alimentação (Polo Sul) para zonas de reprodução (Brasil)
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– É um mamífero com o organismo semelhante ao do homem, embora adaptado ao meio aquático
– Respira por pulmões, ou seja, não depende do ambiente aquático como os peixes, por exemplo
Como ajudar em caso de encalhe
– Entre em contato com as instituições responsáveis
– Não tente devolver o animal para a água
– Ajude a isolar a área mantendo pessoas e animais domésticos afastados
– Coloque panos molhados sobre o corpo do animal e providencie sombra para evitar queimaduras solares.
– Mantenha o animal molhado, sem jogar água no orifício respiratório
– Obtenha fotografias do animal, possibilitando a identificação da espécie e documentação do caso.
– Colabore com a sensibilização e a conscientização da comunidade
Proteja a sua saúde
– Os animais encalhados podem transmitir doenças aos seres humanos
– Evite respirar o ar expirado pelas baleias
– Não se aproxime da cauda. São animais grandes em situação de debilidade física, que podem se tornar ariscos com a aproximação de outros indivíduos e causar ferimentos