A insuficiência hepática aguda induzida por drogas pode ser considerada rara, porém os medicamentos não controlados, bem como os suplementos alimentares e ervas – que são vendidos sem receita médica – são as suas causas mais comuns, de acordo com nova pesquisa da Escola de Medicina de Perelman na Universidade da Pensilvânia.
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Sem um transplante de fígado, as chances de morrer são maiores que 50%. Por causa disso, a lesão hepática induzida por drogas, ou hepatotoxicidade, é a segunda razão mais comum de medicamentos serem retirados do mercado, atrás apenas da toxicidade cardíaca. Os autores deste artigo calcularam que o risco de lesão hepática grave foi de 1,61 por milhão de pessoas por ano. Os resultados estão publicados na edição atual da Gastroenterology.
Drogas x suplementos
Apesar de casos amplamente divulgados de insuficiência hepática aguda induzida por drogas relacionadas ao paracetamol e outros medicamentos, não existiam, segundo os autores, estudos para avaliar especificamente a ocorrência de lesão hepática induzida por drogas na população em geral.
Os pesquisadores analisaram dados de 5.484.224 pacientes, para avaliar o verdadeiro impacto da insuficiência hepática aguda nos EUA. Entre estes, foram identificados 62 com insuficiência hepática aguda, quase metade dos quais foram induzidos por drogas.
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O paracetamol foi implicado em 56 por cento dos casos, os suplementos de ervas alimentares em 19%, antibióticos em 6% e medicamentos diversos, em 18%.
Educação farmacológica
Apesar da hepatotoxicidade ser a segunda causa mais comum de retirada da droga do mercado, a insuficiência hepática aguda, a forma mais grave de lesão hepática, causada por medicamentos que precisam de receita é rara, segundo esse estudo, provavelmente porque o uso indiscriminado pela população é dificultado. Na verdade, 75% dos casos agudos de insuficiência hepática resultantes do uso de medicação foram causados pelo uso de medicamentos vendidos sem receita, tais como o paracetamol ou suplementos de ervas.
O fácil acesso a diferentes medicamentos ou suplementos de ervas aumenta muito o risco de overdose acidental. Porém, mais importante que o controle, talvez seja o momento de pensarmos em uma educação farmacológica desde o ensino fundamental, para prepararmos os adultos que vão adquirir esses medicamentos.
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