O câncer de mama é o tumor mais comum entre o gênero feminino, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Embora seja uma condição bastante frequente, ainda há muita desinformação sobre ela, o que pode ser prejudicial na busca de prevenção, tratamento e diagnóstico precoce.
Continua depois da publicidade
A desinformação relacionada ao câncer de mama se manifesta de diferentes maneiras no dia a dia — seja através da promoção de falsas curas, tratamentos milagrosos, ou a propagação de mitos e inverdades sobre causas e prevenção. Isso pode confundir as pessoas, impedindo-as de buscar orientação médica adequada, realizar exames de detecção precoce ou seguir os tratamentos comprovadamente eficazes.
Por isso, combater os mitos relacionados à doença é essencial para que as pessoas recebam informações precisas, baseadas em evidência científica. Para esclarecer alguns mitos associados ao câncer de mama, a oncologista Maria Eduarda Meyer, que atua no Centro Especializado de Oncologia de Florianópolis (CEOF), respondeu algumas das perguntas mais comuns sobre a doença.
Silicone pode causar câncer de mama?
— Não existem estudos que mostrem que mulheres com implantes mamários tenham mais riscos de desenvolver o tipo de câncer mais comum nas mamas, que é o carcinoma invasivo.
Quem tem prótese de silicone não deve fazer mamografia?
— MITO! Mesmo nas mulheres com silicone, a mamografia é o melhor método para diagnóstico precoce. Existe inclusive uma manobra especial, um posicionamento das mamas na hora do exame, que ajuda a facilitar a visualização de lesões suspeitas.
Continua depois da publicidade
Quem não tem histórico familiar não precisa se preocupar?
— Apesar de existirem famílias com uma predisposição genética para desenvolver a doença, isso só ocorre em 10% dos diagnósticos de câncer de mama. A maioria dos casos ocorre de forma esporádica, por exposição a diversos fatores de risco, mesmo em quem não possui histórico da doença na família.
Todas as pacientes com o diagnóstico precisam fazer quimioterapia?
— A quimioterapia sempre é uma das fases mais temidas pelas mulheres que recebem o diagnóstico. Isso porque existem vários efeitos colaterais, como anemia, perda de cabelo, náuseas, cansaço e redução das células de defesa, o que predispõe a infecções. Com diagnósticos de tumores cada vez mais precoces, hoje podemos poupar em torno de 50% das pacientes diagnosticadas. Isso acontece devido aos exames de rastreamento, um melhor conhecimento da biologia do câncer de mama, e a realização de alguns testes que podem nos mostrar uma melhor estimativa sobre o risco de reincidência.
Mulheres com mamas pequenas têm menos risco de desenvolver câncer de mama?
— MITO. O tamanho das mamas não aumenta nem diminui a chance de uma mulher ter câncer de mama. Inclusive, homens podem desenvolver a doença, apesar de ser bastante raro. O risco é maior em homens mais velhos e naqueles que possuem uma mutação genética hereditária que predispõe ao câncer de mama, como alterações no gene BRCA.
Mulheres que fazem o autoexame precisam fazer a mamografia?
— Fazer o autoexame não substitui o exame clínico pelo médico, como também não substitui a mamografia, já que ela é capaz de detectar nódulos tão pequenos que podem não ser palpáveis ainda. Manter as idas regulares ao médico é essencial para garantir o diagnóstico precoce.
Continua depois da publicidade
Desodorante causa câncer de mama?
— Não existe nenhum estudo que comprovou que o uso de desodorantes, seja do tipo spray ou roll-on, esteja relacionado com o desenvolvimento da doença.
Trauma na mama causa câncer?
— MITO. Traumas na mama podem gerar dor ou desconforto, mas não são capazes de desencadear uma multiplicação e transformação das células em câncer. Da mesma maneira, uso de sutiãs com aro ou apertado não representa risco para o câncer de mama.
Toda quimioterapia resulta na queda de cabelo?
— Nem todos os tipos de quimioterápicos causam a queda dos cabelos, mas a maioria das medicações utilizadas para tratar o câncer de mama podem causar. Hoje, existem maneiras de prevenir ou reduzir a queda, a exemplo do resfriamento capilar. O uso de uma touca gelada durante a infusão da quimioterapia evita que o quimioterápico chegue até a raiz do cabelo, evitando a queda.
Para saber mais sobre o câncer de mama, procure o Centro Especializado de Oncologia de Florianópolis (CEOF).
Leia também
Continua depois da publicidade
A atenção à saúde mental contribui para o tratamento e a vida após o câncer
Outubro Rosa: SC é o Estado com maior incidência de câncer de mama no Brasil
Prêmio Nacional de Inovação: Florianópolis é a grande vencedora