Uma médica e uma nutricionista foram presas na madruga desta sexta-feira (18) em Joinville. Elas são apontadas pela Polícia Civil como “discípulas” do coach dono de clínicas de beleza na região Norte de Santa Catarina e também em Balneário Camboriú.
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Felipe Francisco, de 39 anos, está na cadeia desde o começo da semana e agora as duas ex-funcionárias dele também. Conforme o Ministério Público, embora não trabalhassem mais para o empresário, elas abriram juntas duas clínicas e passaram a operar o esquema que tinham aprendido com o chefe.
As mulheres já tinha sido alvo de mandados de busca e apreensão na primeira fase da operação, quando a polícia recolheu documentos em imóveis ligados a elas. As prisões também já tinham sido solicitadas, porém haviam sido negadas pela Justiça sob a alegação de que a dupla não tinha mais vínculo com o coach.
A investigação mostrou, entretanto, que elas passaram a agir no mesmo modus operandi dele.
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A dupla passou por audiência de custódia e está no presídio feminino.
Como agia o coach do emagrecimento
A polícia diz que Felipe Francisco fazia parcerias com nutricionistas, médicos e biomédicos para conseguir fazer as prescrições indevidas de anabolizantes, emagrecedores e fitoterápicos. Ainda segundo a investigação, o empresário contava com esses profissionais para fazer a aplicação de injetáveis dentro das clínicas em Joinville e Balneário Camboriú.
O Ministério Público afirma que, em muitas ocasiões, o coach do emagrecimento criava as próprias fórmulas sem base científica, visto que não possuía formação na área.
— Ele contratava e pagava médicos para prescrever medicamentos, sempre com documentos falsificados. Ele fez aliança com farmácias de manipulação para fazer a venda casada de medicamentos superfaturados, enganando os compradores — explica a promotora Elaine Rita Auerbach.
Esses medicamentos, segundo o MPSC, eram trazidos de forma clandestina de outros países e também por outros meios. As investigações apontam que as farmácias de manipulação sabiam que o medicamento era modificado. Inclusive, a maior parte dos lucros da organização criminosa vinha da venda desses remédios.
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Na maioria das vezes, os clientes não tinham acesso a essas receitas e não tinham direito a escolher onde comprar o produto, já que as guias eram enviadas pela própria clínica aos envolvidos no esquema. Uma cliente perdeu R$ 3 mil e teve saúde mental questionada pela clínica luxuosa de Felipe.
Além das clínicas em Balneário e Joinville, segundo a promotoria, Felipe tinha filiais em Pirabeiraba, Brusque e o objetivo era expandir. As mais de 50 substâncias aprendidas nas clínicas de Balneário Camboriú e Joinville estão passando por perícia. Os estabelecimentos estão impedidos de funcionar.
Quem é o coach dono de clínicas de luxo em Balneário Camboriú e Joinville preso em operação
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