A cada três horas, uma nova motocicleta ganhou as ruas de Joinville nos últimos dez anos. Significa que cerca de oito motos entraram em circulação por dia na cidade, conforme o crescimento médio da frota na última década.
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Nessa velocidade, fevereiro terminou com a marca de 50 mil motocicletas registradas pelo Detran/SC em Joinville. É a maior concentração do veículo no Estado. O salto foi de 141,9% entre 2003 e 2013 – o crescimento geral de toda a frota ficou em 112,5%.
Além das motos convencionais, ainda há em circulação outras 12 mil das chamadas motonetas, como scooters e lambretas, que entram em estatísticas separadas. Se o crescimento médio dos últimos dez anos se repetir na próxima década, em 2023 poderá haver até 111 mil motos nas ruas da cidade.
O poder público não tem controle sobre essa taxa, reconhece o diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (Ippuj), Vladimir Constante.
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– É livre escolha, livre mercado -, observa.
O que o município pode fazer, aponta Vladimir, é não criar incentivos para a multiplicação de motos.
– Fazer corredor exclusivo para motocicletas, por exemplo, seria investir no pior meio que existe. Temos que pensar na mobilidade como um proveito para toda a cidade, com incentivo ao transporte coletivo e meios não-motorizados. Isso tem impacto na segurança e fluidez do trânsito -, aponta.
Ter a maior frota em duas rodas do Estado, destaca o diretor do Ippuj, também não significa que elas sejam uma epidemia no trânsito. Levantamento da pesquisa Origem/Destino divulgada pela Prefeitura, em 2010, indica que apenas cerca de 6% dos entrevistados tinham a moto como principal meio de locomoção.
Carro (29%), ônibus (23%) e bicicleta (11%) foram apontados como os veículos mais populares. Outros 25% responderam que se locomoviam a pé.
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– Apesar do grande número de motocicletas, elas têm uma eficiência pequena em relação à mobilidade. Por outro lado, o impacto acontece na saúde. Representam 80% das internações. É totalmente inconcebível -, alerta.
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