A joinvilense Letícia Oro Melo, de 24 anos, fez história ao ser a segunda brasileira a conquistar uma medalha no Mundial de Atletismo. Ela foi bronze na competição realizada no último domingo (24). Porém, a trajetória da jovem na modalidade começou há cerca de dez anos, quando chamou atenção da professora de educação física da escola municipal em que estudava, no bairro Guanabara.
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A mãe Luciane Aparecida Oro conta que a professora foi a primeira a perceber o potencial de Letícia para o atletismo. Ela insistiu que a menina realizasse um teste, mas a família e a própria aluna resistiram por quase dois anos, até que resolveram ceder à insistência.
— Nós levamos, ela fez um teste e já começou a treinar. Em dois meses, ela foi campeã regional e depois bateu recorde em Santa Catarina. Logo também foi campeã brasileira e, em 2015, foi quinto lugar nas olimpíadas escolares na Austrália — recorda a mãe.
O contato com o atletismo começou pelos 100 e 200 metros, e a oportunidade no salto em distância aconteceu despretensiosamente. Em uma das competições, uma atleta faltou e Letícia assumiu o posto. Foi o início da carreira na modalidade, que apesar de curta já é vitoriosa.
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As medalhas são orgulhosamente expostas pela família em um quadro pendurado no corredor da casa. São diversos títulos regionais, estaduais, nacionais e continentais. Entre eles, a vitória no campeonato sul-americano do ano passado, que rendeu vaga ao mundial do último fim de semana.

Uma lesão no meio do caminho
Entre a conquista na competição continental e o bronze no mundial, Letícia encarou um dos maiores desafios da carreira ao romper o ligamento cruzado anterior e o menisco. Ela fez a cirurgia em dezembro e permaneceu apenas em fisioterapia durante quatro meses, até voltar aos poucos para os treinamentos.
O treinador João Carlos dos Santos, que trabalha com a atleta desde 2017, acompanhou todo o processo e a ajudou na retomada dos treinos em alto nível. Segundo ele, em nenhum momento eles pensaram em desistir.
— Em momento nenhum ela falou em medo, dor ou sentiu que pudesse se machucar de novo. Ela mostrou que estava pronta e, assim que o doutor falou que poderia competir, foi a vitória dela — ressalta.
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Entre o retorno aos treinos leves e a primeira competição, o Troféu Brasil, foram cerca de dois meses. Letícia conquistou a medalha de ouro no campeonato e, um mês depois, tem o bronze no mundial para comemorar.
— Acho que o Brasil todo ficou impressionado como ela conseguiu saltar tão rápido e tão bem — destaca o treinador.
Sonho com as Olimpíadas
A família de Letícia acompanhou a conquista pela televisão e não segurou a emoção. Antes da atleta viajar, o pai Gerson Souza Melo havia afirmado que estar entre as dez melhores do mundo já seria um ótimo resultado. No entanto, a filha garantiu que voltaria ao Brasil com uma medalha e cumpriu a promessa.
— Vendo aquelas imagens, a minha filha representando o Brasil e competindo com as melhores, foi muito importante. O coração estava quase fora do peito — descreve Gerson.
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E agora a expectativa aumenta para as próximas competições, principalmente pela busca de uma vaga nos Jogos Olímpicos de 2024, em Paris. O pai diz ter certeza que verá Letícia no evento e a mãe torce para que todo o Brasil esteja na torcida pela filha.
— Espero que o povo brasileiro torça muito por essa brasileira, que tenho a honra de ser mãe, e que ela continue nos representando muito bem.
Os resultados já mostraram que a vaga pode ser uma realidade. Afinal, Letícia foi a primeira brasileria da história a conquistar uma medalha no salto em distância no Mundial e ficou entre as três melhores do mundo neste ano.
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