Os bombeiros voluntários de Araquari se emocionaram, na semana passada, com o gesto de um homem que consertou as viaturas da corporação e, coincidentemente, morreu um dia depois de concluir o trabalho em prol da comunidade.
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Quando o latoeiro Alberto Mauro Purey, 46 anos, procurou os bombeiros se oferecendo para fazer o serviço de lataria e pintura da ambulância dos bombeiros de graça, o comandante da corporação, Cláudio Penha, não sabia que o benfeitor lutava contra um câncer.
– Em momento algum ele disse que estava doente, mas chegou a dizer que consertaria a viatura nem que isso fosse a última coisa que ele iria fazer na vida.
Depois de consertar a ambulância, Alberto percebeu que o antigo caminhão dos bombeiros de Araquari, modelo 1973, também precisava passar por reparos e se ofereceu para fazer o serviço a preço de custo, sem cobrar pela mão de obra.
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Em troca, pediu que, quando o caminhão estivesse pronto, os bombeiros entrassem em Araquari com as sirenes ligadas, para que a população visse que ele havia sido reformado”, conta o comandante. Mas Alberto não viveu para ver seu desejo realizado.
Na última terça-feira, o serviço foi concluído, e o caminhão foi levado para ser adesivado. No dia seguinte, os bombeiros ligaram para Alberto para agradecer pelo serviço e descobriram que ele havia morrido. A notícia gerou surpresa e comoção e todos foram ao enterro do mecânico em Joinville.
Na quinta-feira, atendendo ao pedido de Alberto, o caminhão voltou para Araquari e entrou na cidade com as sirenes ligadas.
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Agora, a corporação planeja entregar à família de Alberto uma placa de homenagem, para agradecer pela contribuição. Segundo ele, graças a Alberto os veículos continuarão rodando, possibilitando que muitas vidas sejam salvas.
O irmão de Alberto, Mário Purey, conta que o irmão havia descoberto o câncer há cerca de um mês. Mas os exames apontaram que a doença, que começou no rim, havia se espalhado rapidamente para outros órgãos, dificultando o tratamento.
Debilitado, Alberto precisou de ajuda para terminar o conserto do caminhão. Ele foi hospitalizado no dia em que o serviço foi concluído e faleceu no dia seguinte.
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– Ele estava muito satisfeito por ter ajudado a comunidade.
Os irmãos têm uma oficina no Espinheiros, em Joinville.
– A ideia de ajudar surgiu depois que assistimos às reportagens na TV sobre o estado das viaturas, especialmente da ambulância -, conta Mário.