A quinta-feira de sol e folga do trabalho poderiam ser um convite para organizar as coisas em casa ou simplesmente descansar. Mas nem de longe foi isso que passou na cabeça de Arceu Ponciano ao saber que estaria dispensado do serviço por um dia. O mecânico industrial logo se planejou para ir ajudar na reconstrução da área externa do Cantinho Bom Pastor, em Blumenau.

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Morador do bairro Garcia, ele conta emocionado sobre como o assassinato das quatro crianças na unidade o deixou abalado e provocou uma reflexão sobre a necessidade de união da comunidade antes das tragédias, para quem sabe, até, evitar algumas delas. Funcionário da Coteminas, que está com o pagamento dos funcionários atrasado mais uma vez, ele trocou de ferramentas por um dia.

— Pena que teve de acontecer isso para as pessoas se unirem, falta a gente ser mais humano — desabafa ao mesmo tempo que faz uma provocação. E se a comunidade aproveitasse para ajudar aquela escola ou creche perto de casa que precisa de uma câmera, de uma obra?

Debaixo do sol quente, sob um calor que atingiu 34,3°C após o meio-dia, ele carregava tijolos para os pedreiros, também voluntários, que erguiam o muro da creche e ajudava a fazer massa. Ao lado dele, um empresário que dispensou os quatro funcionários para se dedicarem na obra do CEI sem desconto na folha de pagamento. Ali, juntos, trabalhavam em silêncio, focados em deixar tudo pronto o quanto antes.

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Para sexta-feira ele não descarta pedir liberação da empresa para voltar e continuar ajudando. Se tudo correr como planejado, o espaço estará de cara nova na segunda (17) para receber as crianças. Assim que o muro, por exemplo, ficar pronto, serão os próprios pequenos que vão colorir com as cores, desenhos e frases que quiserem, para tornar o local especial.

Empresário de Blumenau abre mão do trabalho e manda equipe inteira para ajudar em creche