O Ministério da Educação (MEC) encaminhou nesta quinta-feira ofício à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) recomendando a continuidade da parceria com a Furb para a expansão do ensino superior gratuito no Estado. O documento, porém, não esclarece qual o modelo a ser adotado para criação de uma universidade federal em Blumenau. Cita apenas um termo de cooperação, desconhecido pela comunidade acadêmica blumenauense. O posicionamento do MEC era esperado desde 10 de julho, quando os reitores das duas instituições foram à Brasília para resolver o impasse envolvendo as divergências nas propostas de implantação.
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O documento, assinado pelo secretário de Educação Superior do MEC, Amaro Henrique Pessoa Lins, garante que não há empecilho legal para seguir com a parceria, “conforme as condições apresentadas na minuta do termo de cooperação apresentado pela UFSC”. O que deixou dúvidas ao reitor da Furb, João Natel, e ao Comitê Pró-Federalização, que desconhecem a proposta.
– Vamos conversar com a UFSC para descobrir do que se trata. Acredito que a proposta tenha sido encaminhada recentemente. O próximo passo deve ser o diálogo entre as duas universidades para alinhar ideias e modelos. Mas ressalto, a questão da cessão dos professores, alunos e funcionários é determinante para nós – salientou o reitor.
O Comitê Pró-Federalização da Furb se reuniu ontem à tarde para analisar o documento. O presidente, Clóvis Reis, afirmou que o grupo também ficou com dúvidas. Antecipou que, se o MEC quis dizer que o modelo a ser adotado é o da UFSC, o comitê não aprova. A questão voltará a ser discutida hoje, durante plenária do comitê, às 16h, na sala 206, do Campus I da Furb.
– Se for a proposta apresentada pela UFSC no fim do ano passado, rejeitamos porque incorpora patrimônio, mas não fala nos estudantes, professores e técnicos administrativos. Agora, se for outro modelo, desconhecemos e não temos como avaliar – explicou o professor.
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No ofício, o ministério abre mão de participar diretamente do processo e dá autonomia à UFSC para representar os interesses do governo federal. Envolvida nas negociações com servidores em greve, a reitora da UFSC, Roselane Neckel, não se manifestou nesta quinta-feira sobre a questão. Conforme a assessoria de imprensa, ela deve emitir um comunicado oficial até segunda-feira. Até então, a representante da universidade da Capital garantia a implantação de um campus da instituição no Vale. Quanto à parceria ou não, dizia que era responsabilidade do MEC decidir.