Lucas de Souza Esmeraldino nasceu e começou a carreira política em Tubarão, no Sul de Santa Catarina. Vereador eleito pela cidade natal em 2012 e reeleito em 2016, Esmeraldino saiu do partido pelo qual se elegeu, o PSDB, e se filiou ao PSL. Se orgulha em falar que o convite para presidir a legenda no Estado veio do próprio presidenciável Jair Bolsonaro, com quem mantém contato. É da cartilha de propostas defendidas por Bolsonaro que Lucas tirou as prioridades que dão o tom da campanha ao Senado Federal.

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Confira abaixo o que o candidato tem a falar na segunda de uma série de entrevistas com os candidatos catarinense ao Senado produzidas pelo Diário Catarinense.

Perfil

Nascimento e idade: 19/02/1983 | 35 anos

Naturalidade: Tubarão (SC)

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Profissão: dentista

Escolaridade: superior

Carreira política: vereador em Tubarão cumprindo o segundo mandato

Vídeo: confira as principais propostas de Lucas Esmeraldino, candidato ao Senado pelo PSL

Como começou o envolvimento do senhor na política catarinense? Foi algo que surgiu ainda jovem, com militância acadêmica ou foi posterior?

Tudo começou quando eu tinha entorno de 28 anos, me formei Dentista pela Unisul e comecei a tomar o gosto pela política na cidade de Paulo Lopes. Era dentista em Paulo Lopes, uma cidade muito pequena, então a época de campanha era muito acirrada e ali eu comecei a tomar um pouco de gosto pela política ou observar um pouco mais de perto a política. As pessoas da minha cidade, que é Tubarão, começaram a dizer ‘Lucas, por que você não vai candidato a vereador na nossa cidade?’, eu já tinha trabalho voluntário na área social, sempre muito voltado para a área social porque sou da igreja e as igrejas em todo Brasil tem um trabalho voluntário muito legal dentro da área social e outras áreas também, mas essa área é muito forte dentro das igrejas. Algumas pessoas de bairros da minha cidade começaram a me incentivar. Desde a pessoa que cortava meu cabelo, minha pastora, um presidente de associação de bairro e nesse pedido das pessoas eu me candidatei pela primeira vez em 2012 e tinha 29 anos, fui o vereador mais votado na história da minha cidade e nessa começou o meu envolvimento com a política local. Fui à reeleição, fui convidado a ser candidato a deputado estadual naquele meio tempo, não quis, achei que primeiro deveria seguir um mandato completo, entender como funcionava uma Câmara de Vereadores, a prefeitura e aí sim, depois de um trabalho prestado, fui para a urna novamente para ver se o meu trabalho ia ser avalizado pelos tubaronenses, pela nossa região aonde eu fui o vereador mais votado do meu partido, no qual eu estava, e fui o terceiro mais votado com diferença de 80 votos do primeiro colocado. Depois disso, dentro da Câmara de Vereadores comecei a ter um destaque através dos projeto que fui autor, um dos projetos que fui autor foi a exclusão da ideologia de gênero do plano municipal de educação e também o projeto de lei que ainda não foi votado que é o escola sem partido e alguns projetos nossos, que são muitos característicos com os de Jair Bolsonaro, começaram a dar um destaque em meio das pessoas que gostam do trabalho de Jair Bolsonaro e meu nome começou a aparecer lá em Brasília para o Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, até que meu nome foi indicado para assumir a presidência do PSL em Santa Catarina. Fui pessoalmente falar com o Jair algumas vezes e depois de mais de oito meses de muita conversa e a militância do PSL em SC me indicou, e o Jair me chamou para me convocar a assumir o partido em SC e também para ser o seu candidato ao senado em SC, representando Jair Bolsonaro. Aceitei. Foi uma honra até porque Jair Bolsonaro lidera as pesquisas e SC foi o primeiro Estado que deu o primeiro lugar para ele. Então, ao mesmo tempo que foi uma honra para mim assumir o partido, um compromisso gigante, por estar assumindo pela primeira vez a presidência de uma partido e logo já ser o presidente estadual do partido. Então, esse é um resumo de como eu cheguei até aqui nos últimos cinco anos. Nunca fui envolvido com política e nos últimos cinco anos essas foi minha trajetória.

Nas eleições de 2016, quando o senhor foi reeleito vereador em Tubarão, seu partido era o PSDB. Como ocorreu essa migração para o PSL e a nomeação para ser o presidente da sigla em SC?

A minha saída do PSDB para ir para o PSL foi bem tranquilo porque eu me identifico muito com o PSL e com as ideologias, tanto que foi refeito algumas coisas no estatuto do PSL, e a minha linha muito antes de o Jair estourar como mito, já era praticamente 100% igual a do Jair, é claro que eu tenho as minhas particularidades, meu jeito de pensar, de me expressar, mas num contexto geral eu já me identifico muito com Jair Bolsonaro e com sua linha de pensamento. A minha saída foi bem tranquila, claro que gera um ciúme dentro do partido, o partido pediu a minha cadeira na Câmara de Vereadores, hoje o partido busca o meu mandato de vereador e eu também estou me defendendo para não perder o mandato de vereador, por mais que eu esteja concorrendo à vaga no Senado. Só vou perder se eu for eleito Senador da República, se não vou continuar lutando, mas foi bem tranquilo, não teve desgaste até porque fiz muitos amigos dentro do PSDB de SC e é isso que eu levo. A política cassa, mas as amizades continuam. Foi muito tranquilo a minha saída do PSDB.

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O catarinense demonstra interesse em votar no Bolsonaro, mas o candidato do partido ao governo tinha 1% de intenção de voto e o senhor tinha 3%. Por que o senhor acredita que essa ‘onda Bolsonaro’ ainda não refletiu positivamente nas pesquisas eleitorais em SC?

Essa questão de pesquisas, cada um faz a sua. Eu não acredito muito nas pesquisas que são colocadas aí porque eu estou na rua, estou sentindo nossa rede social, a rede que mais cresce em SC, se tu comparar a movimentação das redes sociais, tanto a minha como a do comandante Moisés, elas superam de longe todos os demais concorrentes. Não se se é porque as pessoas já estão desgastadas e desacreditadas porque todos eles já foram alguma coisa, todos os meus concorrentes e os concorrentes do comandante Moisés já formam senadores, governadores, alguma coisa eles foram, deputados, prefeitos. Então, por que agora eles vão fazer? Quando a gente chega em uma cidade, Chapecó, Lobon Régis, Dionísio Cerqueira, Joinville as pessoas chegam com um olhar de esperança com a gente e se isso não vai se refletir na urna, se as pesquisas não estão apontando isso, eu vou dar um exemplo, uma menina de uma padaria de Joinville me ligou e disse ‘Lucas veio uma pesquisadora aqui perguntando aqui em quem eu iria votar para o Senado e eu falei meu voto é Lucas Esmeraldino’ e aí a menina que estava entrevistando ela falou ‘outros?’ e ela repetiu ‘não, Lucas Esmeraldino’ e a menina novamente falou assim ‘outros?’ e ela disse ‘não, Lucas’ e ela disse ‘é, mas não tem essa opção aqui’, ‘mas como que não tem, o meu candidato é o Lucas Esmeraldino, o candidato do Bolsonaro em SC’. Isso em Joinville. Agora, outra pesquisadora ligou lá para Braço do Norte e um senhor me ligou e disse ‘olha Lucas, me ligaram agora aqui para a minha casa e perguntaram qual o senador que você vai votar, não deram opção’, ‘Lucas’, ‘outros?’ (risos). ‘Não, Lucas, Lucas Esmeraldino, aqui da cidade de Tubarão, da nossa região’, ‘ah, outros’. Então, é de uma maldade, as pesquisadoras são pagas, alguém contrata elas, ou candidato A, B, C ou D e depois eles publicam isso. Tem muita gente, e o pouco tempo que eu estou na política, são seis anos só, querem votar em que está na frente e eles sabem disso e eles ficam divulgando pesquisas falsas, que não retratam a verdade, mas isso pode prejudicar no resultado final. Então, é uma maldade que a gente encontra e pelo amparo e o carinho que as pessoas nos recebem em todos os lugares, a expressão dentro do Whatsapp, Facebook e Internet é muito legal a recepção e com certeza a gente passa da casa dos dois dígitos. Nas nossas pesquisas, que a gente não divulga, só para a gente continuar o trabalho e ver onde são os pontos fortes e fracos, nós já passamos da cada dos dois dígitos faz tempo.

Em Tubarão o senhor ficou conhecido pela proposição de projetos de lei que tocaram em temas polêmicos como a ideologia de gênero nas escolas e as escolas sem partido. Se eleito ao senado, o senhor deve defender essas bandeiras também ou focará em outros temas?

A minha linha direta com Bolsonaro. Pretendo ser o braço direito dele no Senado representando SC, claro. Todas as medidas que Bolsonaro precisa fazer para o Brasil endireite, eu assino embaixo, como eu falei o meu principal foco é a família, todas as bandeiras que defendem a família e isso Jair já defende, então entra dentro de todos os projetos dele. Saindo fora dessa linha do Jair Bolsonaro, o meu maior projeto é refazer o Pacto Federativo, porque acho fundamental o Estado e o município terem os recursos que são deles. Eu sempre dou um exemplo que é assim: o dinheiro sai do nosso município, dando o exemplo de Florianópolis, vai para dentro do caixa da União, em Brasília. O vereador de Florianópolis, no mínimo uma vez por ano, compra uma passagem, vai para Brasília, com nosso dinheiro, almoço, hotel, táxi ou Uber, gasta um valor considerável para ir até Brasília, lá em Brasília ele corre os corredores para ir atrás de deputado federal e senadores, atrás de emenda, que é o nosso dinheiro, que não era para ter saído daqui. Logo já vem, com o nosso dinheiro dividido. Se quer fazer uma rua em Florianópolis, junto com essa rua já vem um vereador que está aliançado com esse deputado federal para as eleições seguintes e fala ‘ó, vou te mandar a emenda, mas você vai ter que conseguir tantos votos’ e o mecanismo não para. O dinheiro ficando nas cidades, ficando no Estado, o prefeito fica próximo à população. População pode ir lá fazer panelaço na frente da cada do prefeito, da prefeitura. Tem uma aproximação maior e aí, tu imagina, com a população vai ficar cobrando do presidente da República? Então, minha frase é, menos Brasília e mais SC. Menos Brasília, mais municípios.

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O jingle de campanha do senhor fala sobre transformação. Como candidato ao Senado, qual é essa transformação que o senhor propõe para SC?

A transformação vem na ideia, no jeito de atuar. Vem o dinheiro, se continuar fazendo o que todo mundo fez até agora, o dinheiro vai sumir. Vai ter mais dinheiro no bolso do político ou do mecanismo. Eu acho que a transformação é na maneira de fazer a própria política. Meu avô contava que quando um político chegava na cidade antes era a festa, todo mundo queria encostar no politico, tocar no político porque ele era bem visto. A transformação é trazer isso novamente. Aquela figura lá está representando alguém e que ele represente da melhor maneira trazendo educação, saúde. E que o dinheiro não seja desviado, a transformação é no caráter dos políticos que vão entrar para que o dinheiro seja aplicado na educação, na saúde. Muito me incomoda quando uma pessoa vai no posto de saúde com o filho com 39 graus de febre e não pode ser atendida e o filho pode morrer. Eu tenho hoje condição de pagar o meu plano de saúde, que às vezes também não é bom, às vezes a gente vai marcar e é 30 dias para frente. Agora se tu quer particular daí tem na hora. Isso me incomoda muito. Temos muito dinheiro, nosso país é rico, por que o dinheiro não fica? Por que não aplicam da maneira adequada para as pessoas terem condição mínima de lazer, de saúde, de trabalhar? Ninguém trabalha adoecido, ninguém produz adoecido. Isso reflete nessa transformação que os políticos coloquem a mão na consciência e façam essa transformação com eles mesmos.