“Fanático em ouro”, como refere a si mesmo, MC Poze do Rodo, alvo de uma investigação sobre jogos de azar ilegais deflagrada nesta sexta-feira (1º), tem peças de dois quilos com valores até R$ 2,8 milhões na coleção de joias. Um dos cordões do funkeiro de 25 anos, com ouro 18 quilates, diamantes e referência a Jesus, foi, inclusive, usado por ele na apresentação que fez no Rock in Rio, neste ano. Os bens foram detidos pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, após a operação de busca e apreensão. As informações são do O Globo.

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— Meus carros, meus ouros, meu celular, tudo que levaram, porque levaram tudo, e eu não “tô” nem no “bagulho” — disse o artista em um vídeo público no Instagram ainda nesta sexta.

Mulher do MC Poze e outros influenciadores são alvos de operação contra sorteio ilegais

O funkeiro não escondia as joias que foram levadas pela polícia. Pelo contrário, ele costumava ostentá-las, com frequência, em shows e fotografias publicadas nas redes sociais.

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Quem criou o cordão, avaliado em R$ 2,8 milhões, foi Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias. Ele também atua como deputado estadual no Rio de Janeiro pelo MDB. Segundo o profissional, que produz joias para vários funkeiros, rappers e jogadores de futebol, o pingente foi “personalizado de acordo com as preferências” do próprio MC Poze.

Além dos cordões, Poze também ostentava outros itens de luxo. No final de 2023, o cantor viralizou após publicar um vídeo na porta de uma concessionária, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense, comprando uma BMW X6 de R$ 1 milhão, enquanto estava sem camisa e descalço. O carro foi apreendido pela polícia, bem como outros veículos de luxo do artista.

Investigações querem descobrir de onde vem a fortuna de Poze

MC Poze do Rodo se tornou alvo da Operação Rifa Limpa nesta sexta-feira, promovida pela Polícia Civil do Rio contra sorteios ilegais realizados nas redes sociais. As investigações querem esclarecer de onde vem a fortuna do funkeiro e da esposa, a influenciadora digital Vivi Noronha.

Quem é Viviane Noronha?

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Marlon Brandon Coelho Couto Silva, nome verdadeiro de Poze, nasceu na Comunidade do Rodo, localizada em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Na adolescência, ele se envolveu com o tráfico de drogas, que afirma ter largado pela música.

MC Poze do Rodo estourou em 2019, quando já possuía um cachê de R$ 20 mil por show. No total, mensalmente, o valor chegava a R$ 240 mil. Desde então, ele se manteve entre os funkeiros mais badalados na cena nacional, lançando várias músicas de sucesso como “Vida louca”. Além disso, participou de vários feats com nomes como MC Kevin o Chris, DJ Gabriel do Borel, MC Hariel, Xamã e Ferrugem. Em 2022, Poze fez o lançamento do primeiro EP, “O sábio”. Neste ano, lotou um show no Rock In Rio.

No ano passado, quando a Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj) tomou a decisão de cancelar um show do artista dentro do projeto “Fim de tarde”, foi revelado que o cachê dele seria de R$ 40 mil por show.

Quais foram os bens apreendidos

Carros, joias e cordões de ouro foram levados pela polícia nesta manhã. Nas redes sociais, Poze disse estar buscando providências junto a advogados.

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— Os canas vieram aqui em casa com mandados de busca e apreensão. Eu não fui o indiciado. Não foi sobre mim, foi sobre minha esposa. Meus carros, meus ouros, meu celular, tudo que levaram, porque levaram tudo, e eu não tô nem no bagulho — disse ele ao enfatizar que “não faz nada de errado”.

Ao dizer que “favelado incomoda quando começa a botar bagaça no bolso”, o funkeiro também publicou um vídeo assistindo na TV a imagens dos automóveis apreendidos pela polícias. Os carros, que têm nomes como Sábio Jr. e Menor Mal, “devem estar com saudade do papai”, completou Poze.

Outros influencers são investigados

A operação quer apreender documentos que comprovem fraudes nos processos de realização dos sorteios e bens sorteados aos supostos ganhadores. No total, são dez mandados de busca e apreensão a serem cumpridos. MC Poze do Rodo e Vivi Noronha estão entre os investigados.

Outros influenciadores também são alvos da operação, como Roger Rodrigues dos Santos, o Roginho Dú Ouro; Jonathan Luis Chaves Costa, o Jon Jon; e Leandro Medeiros, o Lacraia. Na operação, quatro carros, avaliados em mais de R$ 1 milhão — foram apreendidos pelos policiais.

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A Delegacia de Defraudações (DDEF) apura crimes de jogos de azar, associação criminosa e lavagem de capitais cometidos por influenciadores digitais. Os influencers estariam utilizando das redes, onde têm milhões de seguidores, para divulgar e promover sorteios e rifas ilegais.

A polícia aponta, ainda, que os suspeitos se aproveitam dos parâmetros do sorteio da Loteria Federal, passando uma impressão aparente de credibilidade e legalidade aos sorteios. Mas não existe processo de auditagem oficial para checar o real ganhador, uma vez que eles fazem uso de um aplicativo customizado com indícios de fraudes, o que torna a prática ilegal.

Para a realização de rifas, é preciso uma autorização prévia da Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria (SECAP), vinculada ao Ministério da Fazenda, segundo a polícia. Ainda assim, elas podem ser feitas somente por instituições sem fins lucrativos.

*Sob supervisão de Leandro Ferreira

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