Depois de garantir de uma só vez o bicampeonato na Volta do Rio, a prova mais importante do calendário ciclístico latino-americano, a reconquista da liderança do ranking nacional de estrada e a melhor colocação brasileira no ranking da União Ciclística Internacional (UCI), o catarinense Márcio May tem mais um motivo para comemorar nesta semana. O atleta da equipe Memorial-Santos está figurando entre os 100 melhores do mundo de 2004, sendo o único da lista que não atua em equipes profissionais em ação na Europa ou América do Norte.

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No ranking da UCI só com os resultados de 1º de janeiro até 18 de abril (data em que venceu a Volta do Rio), May aparece na 76ª colocação. Com 168 pontos, 125 marcados na última competição, ele está a apenas três do ídolo mundial, o norte-americano Lance Armstrong, pentacampeão da Tour de France, que está em 71º lugar.

– Essa colocação é ótima. Fico feliz, ainda mais estando tão próximo do Lance – diz. – Com certeza, valoriza mais o nosso ciclismo e mostra que o Brasil está evoluindo, fazendo o caminho certo – destaca o atleta de 31 anos, que depois de apenas três dias de folga, aproveitando a família, volta aos treinos duros a partir desta quinta. – Aproveitei esses dias para descansar. Afinal, desde novembro praticamente não tive nem um final de semana livre – explica.

A preparação vai ser voltada para os Jogos Olímpicos de Atenas, que tem a prova de estrada no dia 14 de agosto. Como é o melhor brasileiro no ranking mundial e tem características que o beneficiam numa disputa de resistência, ele está confiante na convocação, ao lado de Luciano Pagliarini e Murilo Fischer, que atuam como profissionais na Itália.

– Meus treinamentos são para a olimpíada. Vou treinar para resistência, distâncias mais longas e, claro, subidas – diz o ciclista, que já esteve em duas olimpíadas.

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Em Barcelona (92), competiu na 4x100km, ficando em 23º lugar. Em Atlanta (96), teve uma queda, quebrou a bicicleta, tendo de abandonar a disputa. Outros resultados internacionais importantes foram o título pan-americano de resistência, na Venezuela, em 96; a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no contra-relógio; e o ouro nos Jogos Sul-Americanos em Curitiba, na mesma prova.

No domingo, May entra em ação novamente, em Santos, no GP Extra, na Ponta da Praia, prova que vai ter como novidade o retorno do companheiro de equipe Nilceu Aparecido, suspenso por dois anos, por uso de doping (na Volta do Rio).