Mauro Ferreira assume o comando da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos

Nos palcos, ele é Mauro Ferreira, parceiro de Luiz Carlos Borges em diversos prêmios de música tradicionalista. Juntos, colecionam títulos importantes, como a Califórnia da Canção Nativa.

Nos campos gaúchos, é o criador Mauro Raimundi Ferreira, advogado que usou os conhecimentos da faculdade de Direito para escrever o regulamento do Freio de Ouro e, nesta semana, assumiu o comando da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC).

À frente do novo desafio, Ferreira unirá a arte das composições à precisão dos julgamentos para comandar uma das mais importantes entidades da pecuária gaúcha pelos próximos dois anos.

Casado, pai de três filhos, entrou para o mundo dos cavalos crioulos há três décadas, por influência do pai, Antônio Augusto Ferreira. Hoje, aos 48 anos, comanda, ao lado do irmão, Telmo, a Cabanha Macanudo. Localizada em Lavras do Sul, região central do Estado, a propriedade conta com cerca de 250 animais. Além dos crioulos, Ferreira também investe na pecuária de corte e concilia tudo com a função de oficial de registros da cidade.

– Sempre gostamos dos cavalos bons e, nos crioulos, encontramos uma grande adaptabilidade a tempo e ambiente, além de excelente desempenho de funções – explica.

Na gestão de Manuel Sarmento, assumiu uma nova pasta na ABCCC: a vice-presidência de relacionamento entre núcleos. Criada para facilitar a comunicação e o contato entre os grupos que formam a entidade, a função exigiu bastante esforço e muitas viagens de Ferreira. Como já era integrante da diretoria, não crê em dificuldades para seguir a reestruturação do organograma iniciada pelo ex-presidente Roberto Davis.

Mas é na música e na literatura que estão outras paixões do novo dirigente. Autor do hino do cavalo crioulo, também com Luiz Carlos Borges, já tem dois CDs gravados, inclusive contando com participações ilustres de Mercedes Sosa e Almir Sater.

– Herdei essa veia artística, vamos dizer assim, de meu pai, que foi da Academia Rio-Grandense de Letras – comenta.

Despedindo-se do cargo, Sarmento considera positiva a influência da arte na gestão da ABCCC.

– O Mauro é um grande administrador. Trata-se de uma pessoa muito inteligente. Tanto que faz letras belíssimas. Essas composições dão a clara dimensão da enorme capacidade de captar e transmitir sensações e sentimentos. Não tenho dúvida de que será um belo gestor – diz.

A inteligência é citada também por Frederico Wolf, do conselho de planejamento da entidade:

– É um homem, além de muito inteligente, honesto e justo, que entende bastante da raça. Ele tem ideias de expandir o cavalo crioulo para outros Estados e ampliar nosso mercado. É um crioulista verdadeiro, que tem amor ao que faz.