Representantes da Celesc, da empresa que vai retirar os resíduos da subestação da Tapera e a consultoria ambiental que irá fazer o plano de recuperação da área estiveram nesta quarta-feira à tarde no local do derramamento do óleo para avaliar a quantidade e como o material deverá ser removido de Florianópolis. Serão cerca de 60 mil litros de água com óleo e 8 toneladas de vegetação e restos de contenção contaminados.
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A operação de retirada dos resíduos começa por volta das 9h da manhã de quinta. Serão necessários dois caminhões tanques para levar a parte líquida. Já os sólidos serão transferidos por uma caçamba e devem ser incinerados. A estimativa é que a remoção demore apenas um dia e que a eliminação do material dure até uma semana.
-É relativamente simples. O material, apesar do contaminante, não é tão perigoso-, destaca o consultor comercial da Essencis Soluções Ambientais, dona do aterro industrial, Francisco César Coelho.
O assistente da Diretoria de Distribuição da Celesc, Pablo Cupani Carena, explica que a programação de retirada deveria ter começado na semana passada, mas por causa do bloqueio da área, feito pela Polícia Federal para perícia, não foi possível continuar os trabalhos. Ontem, ele esteve no local para planejar as ações da retirada.
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Baseados nestes testes e em avaliações da área, também devem começar a atuar uma equipe da Caruso Jr., de assessoria ambiental. Durante os próximos 30 ou 60 dias, profissionais estarão na área fazendo o diagnóstico do impacto do derramamento do óleo com ascarel.
O mangue também será sondados e devem ser feitas coletas de solo, de raízes, folhas e água subterrânea. Além dos testes da Caruso, a Celesc também realizou exames. Os resultados da água do mar e dos moluscos do Ribeirão da Ilha devem ser divulgados hoje.
Nem a empresa Essencis, do aterro industrial, quanto a Caruso, de consultoria ambiental, trabalharam com PCB, apesar de terem experiências com outros produtos químicos, segundo informações dos próprios funcionários.
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Plano para substituição dos transformadores
Conforme o assistente da Diretoria de Distribuição da Celesc, Pablo Cupani Carena, a companhia conta atualmente com 338 transformadores distribuídos por Santa Catarina. Destes, dois terços ainda contêm ascarel, substância cancerígena e que vazou, junto com o óleo, em novembro do ano passado e atingiu um riacho do bairro Tapera.
Como desde 1981 está proibida a fabricação e comercialização de PCBs e desde 2005 foi determinado que os equipamentos que usam este produto deverão ser substituídos até 2025, a Celesc, que conta atualmente com aproximadamente 220 transformadores contendo o ascarel, tem 12 anos para trocar mais de 60% de todos os equipamentos do Estado.
Pablo destaca que cada transformador custa em torno de R$ 1 milhão e a troca deve gerar um rombo de cerca de R$ 220 milhões. Segundo o assistente da diretoria, havia um plano para a troca e que será revisado. A lista com todos os equipamentos com ascarel será entregue na próxima segunda-feira ao Ibama.
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A operação limpeza
Transporte
Caminhão com dois tanques (bitrem) com 30 metros cúbicos cada.
Caminhão tanque com bomba e com 8 metros cúbicos.
Caçamba
Pessoal
10 profissionais da Celesc e terceirizados, usando equipamentos normais de segurança como botinas, luvas e capacetes. Não estarão com roupas especiais porque não haverá contato entre as pessoas e o material.
Destino
Todo o material será levado para Joinville.
Líquido
Receberá um estabilizante físico, que pode ser cimento, areia para transformar numa massa sólida que será despejada num compartimento impermeabilizado do aterro industrial. Após, será colocada uma manta de polietileno de alta densidade, usada em aterros sanitários, para cobrir.
Sólido
O material será encaminhado para Curitiba, na outra unidade da Essencis, onde será incinerado.