O nosso mundo é feito de curvas, mas nem todas são agradáveis. Lembro de uma aula de psicologia, há muito tempo, e a professora estava falando na curva de aproveitamento dos alunos, e eu, sempre metida, fiz uma pergunta fatídica: por que as criancinhas pequenas é que estudam de manhã e os adolescentes, à tarde? Quase precisaram pedir ajuda porque a mestra, sem carinho, arrasou comigo. Fechou os dentes e me respondeu que as crianças pequenas já acordam no pique e os adolescentes dormem até meio-dia em casa. Senão, dormiriam em aula. Esse é o quadro da curva de aproveitamento que ela me explicou e que quase me levou à secretaria. Não me dei por satisfeita, mas fiquei na minha e hoje dou razão a ela. Os pequenos já acordam a mil por hora, ligados nas tomadas.

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Lembro, hoje, do Roberto Carlos cantando “As Curvas da Estrada de Santos”, que tantas vezes atravessei para visitar minha mãe e irmã e é a coisa mais horrorosa de se andar à noite. Cansei de sair de Porto Alegre de ônibus, direto para Santos, porque Santos não tem aeroporto, e eu teria de pegar um ônibus de qualquer jeito para chegar lá. Sem falar na Estrada do Rio do Rastro, que só conheço por fotografia, e chega.Então pensei nas curvas das nossas vidas, que começam quando tiram a gente do quentinho do útero e já se sai chorando para seguir a estrada, que começa ali e corre célere, e se pensa: “Que bom, estou crescendo”, e aí quando se chega lá em cima, com a vida de verdade já adiantada, é que se vê que a metade da curva chegou e agora começa a descida. Oh!

É aí que está o problema, não temos mais como voltar. Felizmente, muitos vão deixar histórias e feitos fantásticos pelas curvas que percorreram, outros apenas fizeram a caminhada, sem nenhum entusiasmo. Perderam-se nas curvas, erraram as estradas e não têm mais como arrumar.

Na formatura da Thais pensei nisto, e acho que apesar das curvas, passei por todas e construí uma linda família que não tem medo de curvas, e estão no começo das delas. Falta muito pra chegarem ao topo. Eu já estou na descida.

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