No dia 1º, celebrou-se o Dia Mundial do Idoso. Deveriam celebrar mesmo, de verdade, no rádio, na TV, nas ruas , nas casas em todo lugar onde haja um idoso. Não aquelas festinhas com distribuição de balas, refrigerante e um pedacinho de bolo e cantando parabéns, para onde levam as crianças de escola para dançarem e darem abraços em velhinhos que nunca viram e certamente não voltarão a ver, porque a festa é uma vez por ano. Percebem?
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Os idosos querem paz e amor, mas disto entendiam os hippies. Tenho a sorte de morar num condomínio que tem muita gente idosa. Pelo menos no meu prédio, somos muitas, todas morando sozinhas porque querem, ninguém se negou a tê-las em casa. Querem continuar ativas, engraçadas e cheias de amor para dar. Há muitas que fazem maravilhas numa máquina de costura que já serviu como ajuda no sustento familiar e agora serve para fazer cobertas e distribuir na igreja. Falo da minha amiga dona Norma, que parece que esqueceram de dizer para ela que já fez oitenta anos, então ela não para. E dona Albina, que parece um anjo, sempre vestida de branco, fazendo trabalhos espirituais para ajudar as pessoas. Vou falar só destas duas, que são as mais idosas, as outras vizinhas ainda são umas “gurias”.
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As casas para idosos são caras e sem lazer, nem uma ocupação terapêutica. Caracterizadas por um sala cheia de poltronas na frente da televisão. Os idosos precisam de atenção e distração e algo para fazer para não se sentirem tãããão idosos e sem um propósito na vida que resta. E, às vezes, esta vida se arrasta mais do que se esperava. Até uma fofoquinha faz bem nesta idade. Nós costumamos nos encontrar no corredor e aí sai de tudo um pouco: receitas e troca de remédios, de doces, comidinha e até de política conversamos.
Somos muito amigas e de vez em quando sai uma festinha no apartamento de alguém. Quero abraçar todas elas por este dia, que parece ser chato, mas não é, é apenas a prova de que sobrevivemos. Deem amor e carinho aos idosos mais vezes ao ano, é tudo que eles querem.
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