A aprovação do projeto de três estilistas brasileiros para captar, por meio da Lei Rouanet, cerca de R$ 7,6 milhões para a realização de desfiles, tem gerado polêmica no mundo da moda. A ministra Marta Suplicy interferiu na decisão da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (Cnic) a favor do designer Pedro Lourenço, que agora poderá captar R$ 2,8 milhões via renúncia fiscal para realizar dois desfiles de moda em Paris. O órgão havia negado o pedido dele, mas autorizado que o estilista Ronaldo Fraga fosse contemplado com R$ 2 milhões para realizar suas duas próximas coleções e desfiles na São Paulo Fashion Week, e Alexandre Herchcovitch pudesse pleitear até R$ 2,6 milhões para criar sua próxima coleção, que irá desfilar em Nova York e na SPFW.
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Trata-se da primeira medida do Cnic que leva em conta a moda não só como indústria criativa como também bem cultural. A ministra declarou à Agência Estado que a própria Cnic não acredita que a relação custo-benefício se justifica neste setor. A sua intervenção se daria, segundo Marta, no sentido de quebrar este padrão e gerar um novo paradigma.
Além da polêmica a respeito de a moda ter ou não direito a receber verbas para a cultura, o valor solicitado pelos projetos também foi criticado visto que alcançaria somas mais altas do que o normal para o Cnic.