Quarta-feira, 21 de novembro de 2018. Uma data comum para qualquer pessoa, mas não para o meia Marquinhos. No auditório do Estádio da Ressacada, o ídolo do Avaí concedeu a sua última entrevista pré-jogo como jogador de futebol, já que após o confronto contra a Ponte Preta, o “Galego” vai pendurar as chuteiras. Na entrevista que durou mais de 30 minutos, o capitão do Leão falou da ansiedade para o jogo, a importância do acesso da equipe para a Série A e disse que está torcendo para que Pedro Castro faça o gol que vai levar o time para a elite do futebol brasileiro. Marquinhos fez questão de dizer que está pronto para ajudar e que neste momento o mais importante é o Avaí subir e depois se pensa na despedida.

Continua depois da publicidade

Com a camisa do Avaí, Marquinhos fez 398 jogos e anotou 94 gols, sendo 61 na Ressacada, número que lhe credenciou como o maior artilheiro do estádio que no último dia 15, completou 35 anos desde sua inauguração. Agora chegou o momento de se despedir dos gramados e por conta disso ele foi para a coletiva para falar desse momento importante. “Primeiro é agradecer, a vocês todos da imprensa, quase 20 anos de carreira, tivemos um respeito mútuo, algumas vezes umas perguntas que não gostei, umas respostas que não gostaram, normal na carreira de 20 anos. Fizeram parte do meu sucesso, da minha carreira, das minhas glórias. Tenho que agradecer a vocês todos e transmito para aqueles que eu falo que ficam no ar-condicionado, mas também têm meu respeito e admiração”, disse Marquinhos. O meia também aproveitou para falar das dificuldades que ele vem encontrando na reta final de carreira. “A única coisa desde 2016 que me incomoda bastante é o joelho e o quadril. Por mais que eu pare, vai continuar doendo. Mas é aquilo que eu sempre pensei, se eu for me abater, me entregar para as dores, tinha encerrado a carreira em 2013, 2014. Mas tenho força, não sei se é essa aura que a Ressacada me dá, que o torcedor me dá, que a camisa me passa, tiro forças de onde não sei. Nunca abdiquei de ajudar o Avaí, seja no banco, como nos últimos jogos, na preleção, como um auxiliar chato do Geninho, conversando com ele ou quando precisa no campo”.

Apesar das limitações e um jogo importantíssimo pela frente diante da Ponte Preta, Marquinhos fez questão de dizer que está pronto para ajudar o Avaí no confronto de sábado. “Eu estou à disposição do Geninho, o que ele quiser fazer comigo eu estou apto a ajudar da maneira que quiser. Claro que com a vitória do último jogo, a probabilidade é da permanência da equipe, só trocando o lateral esquerdo porque estamos sem os dois. Eu estou super empolgado, super determinado, até porque vamos jogar na Ressacada e na Ressacada quem tem que mandar é o Avai, com todo respeito à Ponte Preta e dentro da Ressacada eu sempre rendi meu futebol que todos esperam. Se forem 10 minutos, 15, meio tempo, 60, 70 minutos, estou à disposição”, destacou o meia.

Por ser sua despedida, Marquinhos foi questionado se ele sonha em fazer o gol de acesso e o meia foi sincero em sua resposta. “O cara que eu queria que fizesse o gol, não era eu, falo pelos meus filhos, jurando de pé junto, eu queria o Pedro Castro. Ele lutou bastante, batalhou, que ajuda muito a equipe e às vezes é crucificado. Em 2017 falaram que ele jogou no meu lugar, passaram a compará-lo comigo, não tem, ele joga de uma maneira, eu de outra. E ele pegou isso e todos vaiaram, ele sentia, não tem jeito. Se eu, experiente, for vaiado pelo meu torcedor da Ressacada, nossa… quando eu jogo clássico e a torcida do Figueirense me vaia, eu cresço, eles me vaiam por respeito, medo, mas a tua torcida aí é falta de respeito, não tem consideração. Esse negócio de gol eu falei na terça-feira, tomara que ele faça o gol, queria que o Pedro Castro fizesse o gol, é batalhador e torço muito por ele”, completou o capitão do Leão.

Ouça a coletiva do meia Marquinhos

Continua depois da publicidade