O paulista Marquinhos Silva, formado como jogador no Corinthians, encontrou em Florianópolis um novo rumo na carreira em 2014, quando chegou ao Figueirense. Depois de quatro temporadas no Alvinegro, não teve proposta para ficar e assinou com o Avaí. O agora ex-zagueiro anunciou sua aposentadoria e relembrou a carreira e as passagens pelo Estádio Orlando Scarpelli e a Ressacada no Debate Diário desta sexta-feira (1).
Continua depois da publicidade
— Importância enorme. Assim como foi o início no Corinthians, eu falo da dupla. Foram quatro anos no Figueirense, dois títulos conquistados, tive meus melhores momentos como atleta profissional de futebol. O que sou respeitado hoje, agradeço muito as duas equipes. No Corinthians, sou lembrado como o cara que brigou com o Tevez. Mas aqui sou reconhecido como atleta. No Avaí, em um ano e meio conquistamos um acesso e um Catarinense. Mesmo no Brasileiro, que fomos abaixo, saio com a cabeça tranquila por ter dado o meu máximo — garante Marquinhos.
Ouça o Debate Diário desta sexta-feira (1):
Formado na base do Corinthians, onde chegou ainda na infância, Marquinhos Silva ficou marcado no clube por uma briga com o argentino Tevez. O jogador vestiu as camisas de Atlético Mineiro, Náutico, Guaratinguetá e Botafogo-SP, além de ter atuado na Turquia. Após seis anos de Avaí e Figueirense, ele deixa os gramados e já planeja a sequência de vida dentro do mercado do futebol.
— Dentro do futebol, meu pensamento é ser agente. Tive esses 20 anos de carreira e tinha isso dentro de mim. Gosto de orientar, ajudar os jogadores a conseguirem o sucesso. Vejo o agente dessa forma. Ajudar os atletas nos negócios com a mentalidade de priorizar os atletas, que não são mercadoria. São seres humanos, pais de família ou jovens correndo atrás dos sonhos. Fiz curso na CBF e já venho trabalhando nos bastidores — relata.
Continua depois da publicidade
Confira mais trechos da entrevista
Aposentadoria
— Eu tinha em mente jogar mais este ano. No Tubarão, infelizmente não deu certo. Vi que as coisas não iriam sair bem. Tomei uma decisão madura. Foram 20 anos, o corpo também já não é o mesmo. São muitas dores, vi que não valeria à pena. Foram muito bonitos estes anos. Tenho gratidão eterna a todos que me ajudaram. Sou agradecido por ter vivido estes 20 anos maravilhosos e agora quero aproveitá-los nos novos desafios.
Saída do Figueirense
— Como ex-atleta posso agora falar algumas coisas. Não ofender, mas a minha opinião do que realmente aconteceu. Algumas pessoas infelizmente estavam no Figueirense naquela época não pensavam em coisas boas. Depois estourou tudo o que aconteceu. Devido ao negócio do doping, eles disseram que iriam me esperar, mas depois mudaram o tom. Falaram comigo que tinham fechado o grupo. Com este pensamento, eles pensavam que eu seria contrário a eles. Eles sabiam do meu histórico no clube e minha forma. Eu era capitão da equipe, com quatro anos de clube. Se eu comprasse uma briga contra eles, os jogadores viriam comigo e eles teriam um problema grande. Não a entidade, o clube, mas as pessoas que tomaram a decisão na época.
Acerto com o Avaí
— É claro que tem tudo que envolve a rivalidade, mas eu era atleta profissional. Estava com uma gana enorme de voltar a trabalhar, fazer o que amo e encerrar minha carreira de uma maneira digna. Surgiu esta oportunidade em um clube grande, que estava na Série B, com chance de voltar para a Série A. Eu tinha o objetivo de jogar a Série A novamente. Não pensei duas vezes. Penso desta forma, que a rivalidade fica para os torcedores. Ainda mais da forma como foi. Se eu tivesse contrato com o Figueirense e brigasse para sair seria diferente. Da forma que foi, não pensei duas vezes. Gratidão eterna por abrirem as portas pra mim. Os dirigentes tomaram muita pancada porque houve pessoas contrárias.
Concordou com o W.O do Figueirense?
— Chegou a um extremo, uma coisa muito triste. Não sei exatamente o que os atletas passaram naquele período, só os jogadores que estavam lá podem falar. Atacaram pedra nos líderes, mas eles pensaram no clube, nos funcionários, nos meninos da base. Manchou, mas a atitude teve repercussão nacional e se tomou a decisão da mudança no clube. O jogador que faz o W.O é mais manchado que o clube. O clube teve W.O, mas os atletas que não entraram em campo. Corria o risco de acontecer o que aconteceu com alguns, como Zé Antônio e Tony. O Alemão ficou e conseguiu tirar essa marca, deu a volta por cima no campo. Claro que o torcedor é paixão, mas se eu estivesse lá apoiaria esta decisão.
Continua depois da publicidade
Debate Diário em quarentena
Em função do coronavírus, o Debate Diário está sendo apresentado com todos os participantes em suas casas, com exceção de Roberto Alves e Chico Lins, que estão em férias. Além disso, o programa tem conversado com personalidades do esporte.
Confira alguns dos programas anteriores:
Luiz Henrique abre o jogo sobre saída do futebol: "Tive Síndrome de Burnout e depressão"
Cláudio Gomes prevê mais demissões caso o futebol não retorne em SC: "Os clubes estão sangrando"
Funchal afirma que não há casos confirmados de coronavírus no futebol catarinense
Renan Dal Zotto revela que deixa o comando do Taubaté para treinar apenas a seleção brasileira
Zico fala no Debate Diário sobre coronavírus no Japão e a quarentena no Brasil
Chefe de arbitragem da CBF explica como um jogador poderá levar dois cartões amarelos e não ser expulso
Continua depois da publicidade
Técnico do Figueirense mantém contato à distância com os jogadores na quarentena
"Não podemos retomar estadual sem saber do Brasileiro", avalia coordenador de futebol do Avaí
"Haverá um achatamento salarial no futebol", avalia Geninho, no Debate Diário