A paz reina na Ressacada. Pelo menos foi isso que demonstraram o auxiliar técnico Evando e o meia Marquinhos. Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, os dois, que atuaram juntos e levaram o Avaí ao acesso à elite em 2008, garantiram não existir um “racha” entre o ídolo M10 e a comissão técnica azurra encabeçada pelo técnico Geninho. A possibilidade de não estarem mais se entendendo ganhou força após declarações de ambos logo depois do empate por 0 a 0 contra o CSA, na última sexta-feira.

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– Não existe problema interno no Avaí. Ele (Marquinhos) deu uma declaração de quem quer jogar sempre. Fui jogador há 17 anos e sei como é. A gente estava falando essa semana, que esse é o último ano dele. E o objetivo da gente é o acesso. Ele entrou faltando o mesmo tempo contra o Coritiba e decidiu o jogo. O Marquinhos é o maior ídolo do Avaí. Eu fiz muitos com gols com passes dele. Não tem problema algum entre nós como escreveram por aí. Quando eu opino é para o bem do Avaí. Jamais vou desrespeitar um ídolo – disse Evando.

Na sexta-feira, Marquinhos entrou em campo aos 41 minutos do segundo tempo e não conseguiu mudar o resultado do jogo contra o CSA, que ampliou para quatro partidas a seca do Leão na Ressacada. Ao deixar o gramado, o ídolo azurra disse “já estão de sacanagem comigo mesmo”, deixando claro sua insatisfação por entrar nos duelos apenas nos minutos finais. O M10, porém, garantiu que no dia seguinte conversou com o técnico Geninho.

– Aqui se cria muito fantoche. Minha atitude foi errada e conversei com o Geninho. No sábado vocês (jornalistas) não estavam aqui, mas eu e o Geninho nos falamos no campo. Eu nunca externei que deveria ser titular. Eu vou fazer por onde merecer. E quando ele achar que eu devo sair jogando, não irei fugir da raia. Eu sou o capitão mesmo não jogando por causa da representatividade que tenho junto ao grupo. O ídolo não serve apenas para levantar troféu, mas principalmente para tomar pancada e proteger o elenco – falou M10.

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Ainda na sexta-feira, logo após ser questionado sobre a declaração do camisa 10, o técnico Geninho disse que o ídolo precisava “cair na real” e saber que as limitações físicas o impediam de jogar por mais tempo e sempre. Por fim, desafiou o jogador a provar que estava em condições e destacou que o colocaria como titular na partida conta a Ponte Preta, no sábado, pelo encerramento do turno, para o atleta perceber que não está bem fisicamente. Marquinhos encarou essa situação como algo para motivá-lo a seguir batalhando e ajudando o Avaí.

– Eu levei isso pelo lado de motivação, para mostrar a ele que eu consigo. Jogar ou não é a opção dele. Eu sei das minhas limitações e tomei algumas atitudes dentro do campeonato. No clássico, por exemplo. O Evando disse para eu entrar, mas naquele momento eu disse que era o momento de entrar um volante. Eu me senti surpreso pela minha atitude, mas sabia que era para o bem do clube. A declaração do Geninho só me dá motivação para buscar mais. Não quer dizer que amanhã eu vou jogar. Eu quero o crescimento do Avaí. Em todos os times que eu fui, eu joguei. Eu conversei com ele. O Geninho me respeitou e sabe que quando isso acontece a pessoa consegue dar a volta por cima. Eu vou trabalhar para estar apto para quantos minutos ele quiser, mas tomara que não mais apenas por cinco (risos). Sei que ele falou isso como um incentivo – completou o ídolo do Leão.

Com Geninho, Evando e Marquinhos em paz, o Avaí volta a campo no sábado, às 19h, quando visita a Ponte Preta. A partida pela 19ª rodada da Série B do Brasileiro será em Araraquara (SP), pois o time paulista foi punida com perda de mando pelo STJD. O Leão é o quarto colocado, com 28 pontos, e tenta virar o turno no G-4.

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