Marquinhos é um belo exemplo daquele ditado: “Não julgue o livro pela capa”. Se em campo ele passa a imagem de ser um bad boy, fora dele é um cara divertido, bem articulado e que soube aprender com as lições da vida. O zagueiro do Figueirense provou tudo o que o futebol pode oferecer e por isso ele dá tanto valor em defender a camisa alvinegra na elite do futebol brasileiro, que tem seu pontapé inicial neste domingo às 16h contra a Ponte Preta no Orlando Scarpelli.
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— Eu me deslumbrei, vim de uma situação muito complicada e de uma hora para outra tinha dinheiro, mulheres e amigos, daqueles com grandes aspas, que me levavam para festas. Eu errei. E falo abertamente: eu não soube aproveitar a oportunidade no Corinthians, chegava para treinar virado da balada — revela Marquinhos mostrando uma sinceridade incomum a muitos jogadores com a mesma trajetória no esporte.
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Marquinhos é corintiano, ele nunca negou isso. Começou na base do time paulista aos sete anos e ficou no clube até os 25. Até por isso, fez grande amigos no clube como Luiz Roberto Ferretti Júnior, ex-atleta que hoje tem uma enoteca em São José dos Campos (SP).
— Conheço o Marquinhos desde 1996 e ele era só pele e osso, feio demais (risos). A gente pegava muito no pé dele. Mas sempre foi brincalhão e um cara de muito bom coração. Fico muito feliz por ele estar no Figueirense, essa é a oportunidade que ele merecia. Foi jogador de todas as seleções de base e joga muita bola — garante o amigo.
A paixão pelo esporte começou cedo. Caçula de três filhos, ele era muito apegado ao pai José e a mãe Vandete. O primeiro faleceu em 2006, o que já foi um baque para o zagueiro. Mas ao perder a mãe em 2010, Marquinhos quase abandonou a carreira.
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— Ele ficou quase depressivo, só queria dormir e voltou para o Brasil. Não queria mais jogar, mas aí viu que precisava entrar em campo, ainda não estávamos com a vida estabilizada. Então teve que recomeçar aqui, primeiro no Botafogo-SP, depois no Guaratinguetá por dois anos, até chegar ao Figueirense — lembra a esposa Isabela.
O Furacão tem parcela importante na vida de Marquinhos. O clube catarinense lhe abriu as portas para jogar na elite de novo.
— Eu queria que o meu pai estivesse aqui para ver a relação que tenho com o time, a torcida. Eu nunca tive isso em nenhum outro lugar. Gosto muito daqui — garante o zagueiro.
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Marquinhos é além de bom jogador um líder nato. Ele sabe conversar como ninguém e não é inibido. Sua vida na verdade mudou quando sua filha nasceu. Hoje Vitória tem nove anos e tem dois irmãos, ambos manezinhos: Davi de um ano e 10 meses e Sophia, com 20 dias.
— Quando a minha filha nasceu, tudo mudou. Pensei: “Ou eu paro agora de sair a noite ou vou ficar rodando em times pequenos, ou nem arrumar uma equipe — disse o jogador.
A Turquia também teve papel importante na vida do zagueiro. Foram seis anos jogando lá, no pequeno Çaykur Rizespor e no ?stanbul Basaksehir.
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— No início foi muito difícil, nós até levamos comida na mala, como feijão, leite condensado, picanha. Mas depois nos adaptamos — conta Isabela.
Hoje capitão alvinegro, Marquinhos tem todas as credenciais para um dia ser ídolo do clube.