O consumo dos mariscos encontrados mortos nas praias de Balneário Rincão, no Sul de Santa Catarina, pode causar intoxicação. É o que alertam especialistas, que ainda estudam o que causou a morte dos animais. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) também acompanha o caso.

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Os primeiros animais apareceram durante o fim de semana por pessoas que passavam pela região do Verdão. Nas imagens, é possível ver milhares de mariscos espalhados pela areia da praia, o que também tem causado mal cheiro na região.

— Eu moro perto daqui e tem um cheiro de podre inclusive. Faz uma semana que isso [aparecimento dos mariscos] tem acontecido — relata a aposentada Melania Martinez.

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Conforme os moradores, algumas pessoas têm recolhido o fruto do mar da praia para o consumo próprio, mesmo com o risco de intoxicação. De acordo com a prefeitura, até o momento, nenhum caso foi registrado no munícipio, mas a aposentada Célia Milanez conta que, no ano passado, um membro da família acabou passando mal ao comer o marisco.

— Não sabendo que tinha essa intoxicação, ele comeu esse marisco e boa parte da família passou muito mal. Como eu vi essa quantidade de mariscos mortos, resolvi não pegar, porque é sempre muito perigoso — explica.

Segundo a ONG Educamar, a orientação é de que o produto não seja consumido. A Cidasc faz um levantamento para verificar se os animais estão contaminados. O prazo para o resultado, no entanto, não foi informado.

Algas tóxicas podem ter relação com a morte dos mariscos

De acordo com a ONG Educamar, existem duas hipóteses para a causa da morte dos mariscos. A primeira é chamada de “maré vermelha”, que é quando ocorre a presença de algas no mar.

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— Essa grande quantidade de algas acaba produzindo uma biotoxina que acometem esses moluscos, levando ao óbito. A outra hipótese é a poluição, que pode alterar a temperatura da água e o ph de salinidade, e também acometer esses animais — pontua Suelen Santos, presidente ONG EducaMar.

A bióloga Mainara Figueiredo explica, ainda, que por serem animais filtradores é comum a intoxicação por meio de poluentes presentes no oceano.

— Visto que por serem filtradores, ele vão utilizar a água do mar para tirar o oxigênio, assim como os nutrientes para a alimentação — diz.

Segundo a prefeitura de Balneário Rincão, um estudo está sendo realizado para identificar a morte em massa desses mariscos. A previsão é de que a conclusão ocorra em até dez dias.

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Conforme o último relatório do Instituto do Meio Ambiente (IMA), que mede a balneabilidade das praias catarinenses, nenhum dos pontos do municípios estão impróprios para banho. Porém, isso não significa de que o ambiente aquático esteja saudável para a sobrevivência dos animais.

*Com colaboração de Deyvid Morona e Deivide Sacramento, repórteres da NSC TV Criciúma

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