*Artigo por Mário Sant’Ana
Vivemos tempos complexos. Cada indivíduo faz escolhas que se combinam às dos outros do grupo do qual participa. A síntese disso interagirá com as produzidas em outros grupos. O que resultar dessas trocas voltará aos indivíduos, que reagirão por meio de escolhas, realimentando o ciclo. Muitos desses grupos se fazem, se desfazem e se interconectam sem nenhuma cerimônia ou lógica específica. São relações que apenas acontecem e deixam de acontecer. Gente é sinônimo de complexidade. Sempre foi assim. Atualmente, porém, isso tem sido intensificado pela tecnologia como nunca antes.
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O novaiorquino Abraham Harold Maslow estudou e hierarquizou as necessidades humanas em um modelo conhecido como Pirâmide de Maslow. Foi uma tentativa de entender ou pelo menos explicar a complexidade humana.
A goiana Cora Coralina, por sua vez, ensinou o que aprendeu na vida: “Na prática, a teoria é outra.” A pirâmide teórica de Maslow e suas divisões nem sempre correspondem, na prática, às estruturas socioeconômicas. Pessoas destituídas do básico também querem respeito, reconhecimento e sonham com um mundo mais justo. Sempre foi assim. Atualmente, porém, isso tem sido intensificado pela tecnologia como nunca antes.
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A mídia e o franco acesso às redes sociais multiplicaram a quantidade e a força dessas expectativas, que raramente são satisfeitas. As insatisfações compostas produzem respostas emocionais que influenciam as escolhas e suas dinâmicas (descritas brevemente no primeiro parágrafo), com desdobramentos, na saúde, na política e no mercado. As emoções influenciam nosso bem-estar, como votamos e como negociamos. Sempre foi assim. Atualmente, porém, isso tem sido intensificado pela tecnologia como nunca antes.
Esse contexto tem exigido de profissionais e empresas uma responsividade sem precedentes. Os modelos de negócio, que ao longo de décadas se criaram e prosperaram privilegiando produtos, serviços e sistemas, precisam ser rapidamente repensados. É o momento de colocar no centro o ser humano, seja cliente, fornecedor, empregado, ou aspirantes a essas posições.
Autores, gurus de comportamento e palestrantes tentam entender ou pelo menos explicar esse novo ambiente, mas não é fácil. “Coração é terra que ninguém vê” — esclarece a sábia de Goiás. E é no nível emocional que se encontra o cerne do desafio de formar e engajar uma equipe para gerar resultados. Sim, a entrega de resultados continua um imperativo. Sempre foi assim. Atualmente, porém, isso tem sido intensificado pela tecnologia como nunca antes.
Inspirar, cativar, entender a outra pessoa, permitir-se conhecer e construir laços de confiança são práticas a serem desenvolvidas por quem já entendeu que a cooperação pode nos levar a lugares sobre os quais a simples hierarquia sequer ouviu falar.
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Para chegar aos novos e disputados objetivos concretos, líderes de todos os níveis precisarão aprender na prática a navegar os mares da subjetividade, como explica a ilustre filha de Goiás Velho: “O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida.” Todavia, acostumados ao conforto da passividade proporcionada pelo sistema de ensino, muitos têm dificuldade de ativamente inferir lições do dia a dia.
Para responder a esse e outros desafios, foi lançado em 2016 o Think Tank Projeto Resgate. Os participantes desse programa adquirem habilidades de liderança não hierárquica e inovação entre setores, enquanto resolvem problemas de relevância para a sociedade. Aprendem, na prática, com o corriqueiro da vida.
Em um mesmo movimento, desenvolvem soft skills, adicionam propósito à vida, geram impacto social e constroem os modelos mentais para a solução de problemas complexos (como os que envolvem escolhas humanas).
Ao longo deste ano, 265 pessoas entre estudantes, líderes táticos e estratégicos têm trabalhado em equipes plurais para atrair jovens para o empreendedorismo. O tema para próxima edição é Transformação Digital. O desafio é promover comportamentos que maximizem os ganhos socioeconômicos que a tecnologia pode trazer e minorem seus efeitos adversos.
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“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” – Cora Coralina (1889 a 1985) Um dos mais importantes nomes da literatura brasileira, publicou seu primeiro livro aos 76 anos. “Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.”
Saiba mais sobre o Think Tank Projeto Resgate em https://bit.ly/TT2022-LinkedIn

*Mário Sant’Ana é tradudor e intérprete, cofundador do Projeto Resgate, organização com ações para reduzir contrastes sociais, e co-idealizador do programa Think Tanks Projeto Resgate, para o desenvolvimento de habilidades de inovação intersetorial, soft skills e liderança não hierárquica. Escreve artigos para o A Notícia às terças-feiras. Contato: mario@projetoresgate.org.br
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