*Artigo por Mário Sant’Ana

Sexto texto da série “A evolução da democracia”. Leia aqui o primeiro artigo, aqui o segundo, aqui o terceiro, aqui o quarto e aqui o quinto.

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No artigo da semana passada, discutimos como a cultura associativista que aqui se observa é aliada das melhores práticas democráticas, ao tornar a participação dos cidadãos possível, efetiva, potente e relevante. 

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Outro forte esteio da democracia é a imprensa livre. A legislação garante aos meios de comunicação a capacidade de publicar as notícias sem o impedimento do Estado, mas os profissionais e as empresas do ramo precisam ter clareza do que pretendem realizar com essa liberdade. Devem se perguntar: “Para que somos livres?”

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Desde que cheguei a Joinville, no início dos anos 1990, percebo no Jornal A Notícia o propósito de cultivar o localismo com uma visão ampliada para os cenários regional, nacional e mundial. Em suas páginas, o macro e o micro se intercalam e se combinam.

Entendemos, por exemplo, como a variação cambial e a geopolítica impactam as empresas instaladas na cidade e o emprego do joinvilense. Vemos como mudanças na tributação mexem com o dia a dia do povo, assim como as respostas de empreendedores da cidade e chefes de família aos desafios do mercado local, nacional ou global.

Ao reportar ao cidadão joinvilense dramas de outras partes do País, como o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria, chama a atenção para o que é feito ou precisa ser feito nesta cidade, para evitar tragédias similares. Ao mostrar coisas que estão dando certo em outras bandas, seus articulistas costumam apontar às oportunidades de replicar aqui as inciativas exitosas.

Pautas ressaltando boas práticas das empresas aqui instaladas, o sucesso das escolas, o heroico e abnegado trabalho dos Bombeiros Voluntários, das muitas outras organizações sem fins lucrativos da cidade e de seus integrantes fortalecem o senso de pertencimento do joinvilense e nos provocam a melhorar nosso engajamento.

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As conquistas e as angústias do esporte local são temas constantes das matérias mais procuradas pelos leitores. Da mesma forma, as ameaças à segurança pública e as respectivas respostas das autoridades são assuntos recorrentes nas versões impressa e digital do AN.

Eventos culturais ou empresariais como o Festival da Dança, a Feira do Livro, a Festa das Flores e a Expogestão, parte do calendário da cidade e que que a tornam destino de centenas de milhares de pessoas todos os anos, têm no A Notícia um parceiro constante.

O desempenho do poder público está sempre sob o olhar atento dos seus repórteres e colunistas, tanto para apontar malfeitos quanto para reconhecer as decisões e intervenções que melhoram a vida, facilitam o dia a dia, preservam a natureza, destravam recursos e ajudam no ambiente de negócios.

Quando as filhas e filhos de Joinville são reconhecidos pela sociedade daqui ou de outras partes por suas realizações, podem contar com uma matéria à altura no jornal de maior circulação na cidade.

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O falecimento de uma pessoa notável pelas suas importantes contribuições para a cidade é lamentado no jornal. Quando morreu a folclórica Rosa do Pé Inchado, indigente frequente nas ruas do Centro na década de 1990, uma nota de pesar no AN registrou a perda para a cidade.

Navegar pelas edições anteriores do A Notícia, tanto as bem preservadas no Arquivo Histórico de Joinville, quanto as digitalizadas e disponíveis na Internet, é conhecer a história contada e comentada enquanto os eventos estavam se desenrolando.

Nessa visita ao passado, é fácil notar que não é de hoje que da redação do AN as informações e opiniões fluem balizadas principalmente pelo debate do que e não de quem está certo ou errado. É comum ver em suas páginas o desejável e necessário ser apresentado ao lado do que é possível no momento ou aceito como tal. Seus textos nos provocam à reflexão sem dizer o que devemos pensar.

Dessa forma, entendo que o Jornal A Notícia faça, há 99 anos, o melhor uso possível da Liberdade de Imprensa: sustentar a democracia em Joinville.

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Feliz aniversário, AN!!! Parabéns a todos que tornam este jornal tão valioso para a gente desta terra.

“Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência.” — Liev Tostoi.

Mário Sant'Ana
Mário Sant’Ana escreve no AN às terças (Foto: Arquivo)

*Mário Sant’Ana é tradudor e intérprete, cofundador do Projeto Resgate, organização com ações para reduzir contrastes sociais, e co-idealizador do programa Think Tank Projeto Resgate, para o desenvolvimento de habilidades de inovação intersetorial, soft skills e liderança não hierárquica. Escreve artigos para o A Notícia às terças-feiras. Contato: mario@projetoresgate.org.br.