Quando eu era pequeno, ainda na escola primária, aprendi que o lápis que meu amiguinho esqueceu sobre a carteira é dele, não é meu. Lembro-me que, por algumas vezes, meu pai se esforçava para encontrar o dono de algum objeto que esqueciam nas arquibancadas do nosso Circo Teatro. Um guarda-chuvas, por exemplo. Além de anunciar no próximo espetáculo, ainda chamava pela rádio até encontrá-lo.
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O que é meu é meu, desde conquistado com trabalho, respeito e ética. O que não é meu, não me pertence e eu devo respeitar sua propriedade. Por isso, quando vejo nas ruas, geralmente nas proximidades de algum supermercado, carrinhos abandonados como este e tantos outros, me pergunto se quem o abandonou ali acha que ele não tem dono, que ele não foi adquirido por alguém ou veio até ali simplesmente acompanhando o cliente (que no caso é ele mesmo)?
Ora bolas, essa mesma pessoa fica depois reclamando das ¿pedaladas fiscais¿, das promessas eleitorais não cumpridas e das falcatruas assumidas por nossos políticos como se fosse ele o dono absoluto da verdade. No tempo da escola, meu pai diria: ¿Menino, vá devolver esse carrinho agora. Ele não te pertence e você sabe quem é o dono. Portanto, vá e não esqueça de pedir desculpas…¿
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