A cada ano que passa, mais me surpreende o distanciamento de cada um de nós para com as celebrações da Semana da Pátria. Já se foi o tempo em que nas escolas, o ensaio das fanfarras começava em março ou abril e a preparação para o Desfile Cívico de 7 de setembro mobilizava todas as comunidades.

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Com o tempo ele se transformou em Desfile Cívico/Militar, depois em Desfile Militar e ultimamente tem sido apenas o que se assiste por aí. Não fosse por nossas Forças Armadas, essa demonstração prática de ¿sentimento cívico¿, simplesmente seria varrida do mapa.

É possível que muitos leitores mais jovens pensem ser apenas saudosismo. O futuro é fruto do que fizermos hoje e o que estamos vivendo é fruto de nossas ações (ou da ausência delas) no passado. A nossa pátria vive momentos de grande aflição, a crise política pela qual passa o Brasil, a mais aguda desde a retomada da democracia dos anos 80, é antes de tudo, uma crise moral e ética.

A corrupção, que envergonha os que lutam pela honra e pelo bem, significa a falência dos principais pilares de uma sociedade minimamente estabelecida. No entanto, é preciso esclarecer, aferir responsabilidades e sanar o quanto antes o ambiente político no país.

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Falar em patriotismo hoje é provocar risos ou ataques de fúria. E como podemos garantir num futuro imediato o nosso patriotismo? O Padre Brendan Colemam afirmou, em nota da CNBB sobre o tema, que ¿só nos resta acreditar na dedicação de cada um pela construção (ou reconstrução) de uma pátria baseada na ética, no trabalho e na honestidade de governantes e governados, na existência e no cumprimento de leis justas, primazia do bem comum sobre as vantagens particulares, liberdade, ordem, segurança e justiça para todos¿. Eu concordo!

Precisamos ir além…

Para o leitor Cleiton de Paula Tavares Paiva, precisamos buscar algo mais prático, mais concreto nessa (re)construção: ¿Diante da situação política que estamos vivendo, o melhor a fazer neste Dia da Pátria é nos incumbirmos de verdadeiro espírito de revolução contra o sistema de corrupção que se instalou na política do país e para isso cabe ao cidadão assumir seu papel na política, seja como candidato ou apoiando com afinco candidatos honestos já nas eleições de 2018.

Isso para que, elegendo bons candidatos, tenhamos políticos da base que apoiem outros honestos nas esferas municipal, estadual e federal¿, diz o leitor. Penso que o Cleiton tem toda a razão, pois apenas protestando em nosso círculo de vida é pouco para modificarmos as estruturas arcaicas e viciadas que ajudamos a construir (sim, ajudamos intencionalmente ou por omissão).

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Como eleitor, meu primeiro voto foi para as urnas em 1970 (tempos difíceis), mas desde então acompanho e cobro dos meus escolhidos. Muitos nem foram eleitos, mas entre os que conseguiram, na maioria das vezes não me decepcionaram.

E se nas próximas eleições você não encontrar um candidato que lhe inspire, então meu amigo, minha amiga: candidate-se no pleito seguinte, mas não se omita.

Leia a coluna do Mário Motta no site da Hora de Santa Catarina

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