Iniciaram a construção de um parque na subida do Morro da Cruz. Iniciaram e pararam. Há pelo menos 30 dias ninguém aparece, sequer para proteger a areia fina, as pedras e os moirões que foram deixados após o início da construção do alambrado (parte do qual já foi derrubado por um veículo desgovernado). Mas as placas estão lá, bonitas e faceiras propagandeando: “Verbas federais do PAC”. Bem, as eleições também já passaram. Que tolo sou eu. Está tudo muito claro.
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Quanto vale uma vida?
Tenho pensado muito a respeito do lamentável episódio da morte do turista argentino Raúl Baldo em Canasvieiras. Tentei avaliar a postura de nossas autoridades, uma vez que consumado o assassinato nada mais poderia ser feito pela vida do nosso visitante. A rápida movimentação de apoio aos familiares, a proposição do governo do Estado, no traslado do corpo para Córdoba, e a mobilização da polícia, que continua na caça aos assassinos, era o mínimo que se esperava e assim vem ocorrendo. O policiamento reforçado no Norte da Ilha nos dá a impressão (ao menos aparente) de mais segurança aos habitantes e turistas. Pena que essas ações, óbvias e lógicas, tenham custado mais uma vida.
Expectativa
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O último concurso para a Polícia Militar definiu 1.858 vagas, mas com ingresso de apenas 25% dos aprovados na primeira seleção agora no início deste ano. O restante das vagas pode ser preenchido até 2014, podendo o cadastro de reservas ser acrescido de outras mil vagas. Já na Polícia Civil, 136 novos agentes e escrivãos de polícia devem ir para a Academia da Polícia Civil ainda em 2011, resultado do concurso que prevê a incorporação de 546 policiais até 2014. Policiais de grandes centros dificilmente optam por atuar no interior e muitos que decidem atuar, depois de um período, acabam por pedir transferência para cidades maiores.
Cosme e Damião
Quando o jornalista Breno Maestri chegou a Florianópolis, em 1986, duplas de Policiais Militares faziam o policiamento a pé pelas ruas (receberam o apelido de Cosme e Damião ou Pedro e Paulo), não só no Centro como em bairros da cidade. Por serem quase sempre os mesmos policiais, eram conhecidos pelos moradores e transeuntes e estes conhecidos por eles. Mesmo reconhecendo o crescimento da população, se os investimentos nesse tipo de policiamento ostensivo tivessem ocorrido na mesma proporção, o sentimento de segurança seria muito maior nos dias de hoje.