Ao me conceder uma entrevista, ontem, na Rádio CBN Diário, sobre os últimos acontecimentos relacionados às fugas no Complexo Penitenciário de Florianópolis, o secretário da Segurança Pública César Augusto Grubba deixou clara a sua frustração e quase desânimo com as dificuldades enfrentadas para superar a burocracia que emperra o serviço público. Ainda em fevereiro, quando também respondia pela Secretaria de Justiça e Cidadania, logo após a outra grande fuga, ele determinou que fosse construído, imediatamente, o muro de contenção nos fundos da penitenciária. Passados quase cinco meses, um tijolo sequer foi colocado. Assim não dá mesmo.
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Por que demora tanto?
É cada vez maior minha preocupação com os caminhos e descaminhos dessa existência. Quando acontece uma paralisação no transporte público, a movimentação das autoridades na busca de solução é imediata. Entram sindicatos, prefeitura, Delegacia Regional do Trabalho, Ministério Público, associações comerciais, enfim… Por que isso não acontece numa greve da educação? Esta greve que causa enorme prejuízo social e financeiro, com saldo cobrado das próximas gerações.
A frustração do André
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O leitor André desabafa: “Caro Mário, vivemos uma crise social gravíssima, com valores deturpados e iniciativas absurdas. Movimentos coletivos e até brigas parecem ocorrer apenas por questões menores. É mais fácil ver pessoas reunindo-se para reclamar da campanha de seu time, do que da qualidade do ensino dado ou negado quando há greve. E quando pais protestam, parecem mais preocupados por não terem onde “depositar” os filhos do que pelo conteúdo pedagógico negado”. Concordo com a frustração, André.
Segurança pública
Muito preocupado com a área, o advogado Renato Boabaid garante que a construção de um novo complexo penitenciário para 2 mil detentos é um equívoco, pois, segundo especialistas em segurança pública, o ideal, hoje, são estruturas para no máximo 500 presidiários. Além de valorizar os agentes penitenciários e reforçar o efetivo, ele também questiona a criação da Secretaria de Justiça e Cidadania, que, hoje, ao lado da Segurança Pública, opera completamente defasada.