Manhã de quinta-feira (véspera dos meus 64 anos), subindo o Morro da Cruz encontro o seu Lírio ao lado da pista. Só depois de passar sobre o fio da cortadeira que cruzava a pista é que me dei conta que ele cortava o mato que já estava sobre a calçada e vinha de um terreno que me parecia não ser dele e não era mesmo. Dei meia volta e pedi licença para fotografá-lo. Permissão concedida, foto feita, expliquei a ele que pretendia postar uma nota aqui na coluna e ele humildemente me disse que não era preciso. Disse-me que costumava fazer aquilo ali na região, especialmente nas áreas públicas. Mais justificado ainda. Em tempos de tantas falcatruas, como seria bom se tivéssemos mais ¿seu Lírio¿ por aí.

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Meu segundo presente

Rodei uns 150 metros, afastando-me do seu Lírio, e pouco antes de chegar à subida final que me leva à RBS, passei por outro senhor e uma criança. Os dois varriam a calçada do outro lado da rua. Estacionei e fui conversar com o seu Moraes e o netinho João Arthur. Disse-me ele que cuida, voluntariamente, de um parquinho que foi construído pela Prefeitura próximo de sua casa e que trazia seu netinho para que ele começasse a desenvolver cidadania e coletividade. Pedi para registrá-los em foto e acabara de receber antecipadamente meu segundo presentão de aniversário. Duas maravilhosas lições dadas por gente simples, cidadãos da melhor qualidade.

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