Tomo a coluna deste fim de semana para retratar apenas um fato já rotineiro na cidade. Esta loja de roupas femininas (localizada na Av. Madre Benvenuta, a 100 metros do posto da Polícia Militar da ACOJAR) foi inaugurada em abril e já foi assaltada duas vezes. No dia 29 de maio, as fechaduras foram arrombadas e todas as mercadorias da loja foram levadas, além da TV LCD e computador. Levaram tudo mesmo – nem os cabides ficaram. Mesmo com esse golpe, a proprietária decidiu continuar. Renovou o estoque, mandou instalar travas na porta, alarme, câmeras e contratou uma empresa de monitoramento. No dia 9 de outubro, por volta das 21h, a loja foi assaltada novamente.

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A decepção

Pouco antes do assalto, um vizinho passou por ali, desconfiou de um carro parado com rapazes do lado de fora olhando a loja e suspeitou da intenção dos mesmos. Correu ao posto da Polícia Militar e relatou o fato pedindo ajuda para a ação marginal iminente, mas o único policial que lá estava lhe disse que não poderia deixar o posto policial sozinho. O vizinho voltou à loja, cuja porta já havia sido estourada e encontrou outro vizinho (policial aposentado) gritando por ajuda, enquanto os ladrões entravam no carro e fugiam levando novamente quase toda a mercadoria da loja.

Até quando?

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Sabemos da disposição e boa vontade da maioria dos policiais. É cada vez mais evidente que lhes faltam efetivo, apoio material e logístico. Compreendemos que as determinações e regulamentos definem atitudes e coordenam as ações de segurança da melhor forma possível (pelo menos em teoria), mas é muito difícil explicar, aceitar e compreender que ao receber um pedido desesperado de ajuda imediata, esse pedido não seja a prioridade na ação policial. É até possível que, ao deixar o posto sozinho, o mesmo viesse a ser assaltado, mas a loja fica há menos de 100 metros do referido posto e o policial está naquele posto justamente para atender a ocorrências como essa. Ou não? Ou a sociedade se une cada vez mais a polícia (e vice e versa) ou ambas continuarão sendo feitas cada vez mais de bobos pelos marginais?