A jornalista Fabiana de Liz me repassou o lamento de uma mãe pela falta de respeito do Ministério da Educação (MEC) na organização do Enem, pelo menos em uma das salas do Instituto Estadual de Educação (IEE) em Florianópolis. O texto explica o motivo e ainda resguarda a boa vontade e o empenho dos fiscais que também foram pegos de surpresa (aliás, mais uma surpresa proporcionada pelo MEC nesse Enem):
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“Ontem meus filhos foram para o Enem. No momento da inscrição (há aproximadamente três meses), fiquei surpresa positivamente, pois havia campos para serem preenchidos com as especificações, se o aluno é Portador de Necessidades Especiais – PNE, se precisa de sala de fácil acesso, se precisa de ajuda, etc… Bom, até aí tudo bem, achei bacana. Contudo, ao chegarmos no IEE, local das provas deles, a sala era quase no final do corredor (ainda bem que meu filho foi de cadeira de rodas, pois se tivesse ido só com as muletas chegaria esbaforido). Menos mal, a sala era no térreo. Mas o que me deixou indignada foi o que eles me contaram depois. Na mesma sala havia mais 10 Portadores de Necessidades Especiais e os fiscais não sabiam que aquela sala era destinada a esses candidatos. Não havia mesas grandes o suficiente para adaptar as cadeiras de rodas, não havia uma pessoa específica para ajudá-los se fosse necessário (havia um rapaz que não tinha nenhuma das mãos mas dava conta da realização das provas segurando o lápis com a boca), mas se precisasse de outro tipo de auxílio ninguém estava preparado para ajudá-lo. Embora todos os fiscais tenham sido muito prestativos e ainda se desculparem por não estarem preparados para tantos ¿especiais¿ juntos, a situação poderia ter sido bem pior. Aí me pergunto: por que todo o cuidado na inscrição se não são repassadas as orientações para os fiscais? Inclusão é algo maravilhoso, afinal precisamos tratar todos igualmente, mas é óbvio que somos todos iguais, na medida de nossas desigualdades.”