Simbolizando os demais âncoras dos jornais locais que não tiveram a oportunidade de representar seu estado na comemoração dos 50 anos do Jornal Nacional, o apresentador Mário Motta, ao 67 anos de idade, ocupa a bancada do telejornal ao lado de Lídia Pace, representante do Rio Grande do Norte. Nesta sexta-feira, os âncoras foram recepcionados por Willian Bonner e Renata Vasconcelos.
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— A satisfação e o orgulho [por apresentar o JN] só não são maiores do que o agradecimento de poder representar todos os âncoras. Responsabilidade enorme, mas que vem cheia de carinho — disse, ao vivo.
Mário foi selecionado entre os apresentadores das afiliadas da Rede Globo, pois é o mais antigo ainda em atividade na mesma emissora e no mesmo telejornal. São 33 anos à frente do Jornal do Almoço, da NSC TV.
Após a conversa na famosa bancada e, ao lado dos titulares do JN e da colega do RN, foi ele quem encerrou o jornal, de um jeito bem conhecido entre os catarinenses:
— Vamos todos fazer uma ótima noite.
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Trajetória
Os 53 anos de carreira foram iniciados no ano de 1966, na Rádio Piratiniga de Tupã, em São Paulo. O jovem Mário acompanhava o pai, que já era locutor, e foi convidado pelo dono da emissora para realizar um teste. Aprovado, iniciou sua trajetória no jornalismo.
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Paulistano, Mário chegou em Santa Catarina no ano de 1974. Veio para trabalhar como educador físico, sua formação acadêmica, e logo foi chamado para comandar um programa na rádio Princesa. Já na década de 80 estreou no telejornalismo na TV Planalto. Na Rádio Clube, com o jornalismo popular, fez sucesso entre os ouvintes com o programa ‘A Hora da Corneta’, onde a comunidade tinha participação ativa. No ano de 1986 recebeu o convite para trabalhar na NSC TV, no cargo que ocupa até hoje, como âncora do Jornal do Almoço.
Reconhecimento
A trajetória do apresentador foi determinante no convite feito pela direção do JN, um reconhecimento pela dedicação ao jornalismo.
— (…) os quase 34 anos de apresentação do Jornal do Almoço na NSC TV, foram decisivos para que o convite fosse feito e recebido como uma grande homenagem a minha vida e carreira profissional e para que meus colegas de NSC TV também o compreendessem como um "presentão simbólico" pelos 40 anos da NSC em Santa Catarina — escreveu o apresentador em sua coluna da Hora de Santa Catarina.
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Família celebra a oportunidade
Mário formou família em Santa Catarina. Casado há 44 anos com Glória Motta, teve dois filhos — Mario, de 41 anos, e Maria Carolina, de 39 anos. A esposa conheceu o apresentador aos 18 anos.
— Sou educadora física como ele, nos conhecemos no que chamavam de científico, na época, e depois fomos fazer faculdade juntos. Ele ia fazer medicina, mas por opção dele, de ficar perto de mim, ele fez Educação Física.
É a esposa que o acompanha no Rio de Janeiro, nesta que é uma das grandes experiências de sua carreira. Sobre como a família recebeu a notícia, Glória festeja:

— Foi bem emocionante para todo mundo. Tanto para os filhos como para mim. Não é por ser meu marido, mas é merecido. Eu dou aula de artesanato em casa e todas as alunas nos grupos de Whatsapp estavam comentando e parabenizando. Foi bem legal. Eu falei que vai arrebentar a audiência!
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O filho mais velho também fala como receberam a notícia do convite, feita na segunda-feira, 25.
— Recebemos com bastante suspensa, porque foi inesperado. Ficamos muito felizes por ele. E ele deve estar radiante. Não demonstra, mas deve estar sim. Ele diz que e como se fosse o auge da carreira. Onde mais ele poderia chegar depois disso? E como se fosse coroar todos os anos de trabalho dele.
Momentos marcantes na carreira
Os 53 anos de jornalismo foram marcados por vários momentos adversos e emocionantes. O apresentador destacou eventos como o Jornal do Almoço apresentado de Buenos Aires, na década de 80, em conjunto com os apresentadores do JA do Rio Grande do Sul — Maria do Carmo, Lauro Quadros, Paulo Santana. Ao lado também dos apresentadores de Santa Catarina — Luiz Carlos Prates e Sâmira Campos — produziram matérias que não couberam em um único programa e foram apresentadas em dois sábados seguidos. Outro projeto, o Jornal do Almoço nas Praças por Santa Catarina levou o telejornal para mais de cem cidades do estado. Apresentado ao vivo de uma praça, o programa contava um pouco da história, da cultura e da economia das cidades. Mário foi o único que participou de todas as edições.

Dos momentos mais difíceis na carreira, o apresentador destaca as enchentes como a de 2008, em Blumenau e Ilhota. E também a cobertura do acidente com a Chapecoense, que culminou com o pedido da prefeitura do município para que realizasse o cerimonial do velório dos jogadores, comissão técnica e profissionais de imprensa, realizado na Arena Índio Condá, em uma trasmissão ao vivo pela Globo para 16 países.
JN 50
Desde 31 de agosto, o JN faz um rodízio na apresentação com jornalistas definidos por sorteio de todo o Brasil, em comemoração aos 50 anos do telejornal. Fabian Londero foi o primeiro representante de SC, apresentando a edição de 12 de outubro.
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