O episódio envolvendo o advogado Felisberto Odilon Córdova e o desembargador Eduardo Mattos Gallo Junior ainda vai render muito e leva para o interior do Judiciário uma discussão que até então parecia restrita aos outros poderes — Executivo e Legislativo — o tema corrupção. Na entrevista que o advogado Felisberto me concedeu na Rádio CBN Diário no dia seguinte ao episódio, ele não só confirmou tudo o que havia dito no calor da emoção da tribuna, como comentou ser ato frequente esse tipo de proposta no meio jurídico. Em seguida, afirmou que o poder judiciário catarinense ainda é um dos melhores do país e para reforçar seu comentário, citou espontaneamente o judiciário baiano, dizendo que “Talvez não tenha 10% de juízes honestos”.
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Sua declaração motivou uma nota oficial de repúdio da Associação dos Magistrados da Bahia na qual seu presidente, Freddy Pitta Lima, conclui afirmando que: “A AMAB, em nome dos magistrados baianos, tomará as medidas jurídicas cabíveis e exigirá do advogado a comprovação das suas afirmações, apontando nomes e ilegalidades que fundamentam suas declarações. É preciso passar a limpo o fato, em respeito a todos os juízes sérios, éticos e trabalhadores que atuam neste estado”.
Penso que essa última frase deveria valer para todos os Tribunais de Justiça do país, onde militam inúmeros magistrados e profissionais sérios, éticos e trabalhadores e nossa esperança é que a iniciativa (“passar a limpo”) venha ser uma exigência imperiosa não só da população, mas dos próprios integrantes desse grupo para o bem da Justiça brasileira.
Sobre isso, o presidente em exercício do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, desembargador Alexandre d’Ivanenko, convocou para o início da tarde desta segunda-feira uma reunião extraordinária (portas fechadas) do tribunal pleno e irá discutir o episódio. Em seguida, haverá coletiva para a imprensa sobre o que for decidido na reunião. Vamos torcer para que todos os esclarecimentos venham a público.
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