Marinha se junta a buscas por poeta Marco Vasques, desaparecido em Florianópolis

A Marinha do Brasil se juntou às buscas pelo poeta Marco Vasques, desaparecido desde sábado (9) em Florianópolis. Ele saiu para pescar na região da Barra da Lagoa, no Leste da Ilha de Santa Catarina, e não foi mais visto.

A nota da Marinha, emitida nesta segunda-feira (11), informa que soube do desaparecimento ainda no domingo (10).

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O Serviço de Busca e Salvamento da Marinha do Brasil (Salvamar Sul) foi informado e iniciou as operações de busca e salvamento, nesta segunda-feira. As buscas são feitas nas proximidades de onde a lancha do poeta foi vista pela última vez, no Leste da Ilha.

O desaparecimento

Os bombeiros iniciaram as buscas já no domingo (10). Segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), Marco teria saído da Marina da Fortaleza da Barra e ido pescar sozinho na Ilha do Xavier, localizada a cerca de quatro quilômetros da costa de Florianópolis.

O Corpo de Bombeiros pede atenção às embarcações que estiverem na região, em especial na região Sul da cidade. Caso visualizem algo ou possuam alguma informação, a recomendação é ligar para o 193.

Quem é o poeta

Com forte atuação na política cultural de Florianópolis e de Santa Catarina, Marco Vasques é amplamente reconhecido pelo trabalho como escritor, poeta e crítico teatral e literário. Além do bacharelado em filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Vasques é mestre e doutor em teatro pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).

Apesar de ter nascido em Estância Velha (RS), se mudou para terras catarinenses com apenas dois anos de idade e passou boa parte da infância em Imbituba, no Litoral Sul do Estado. Por lá, cresceu no sítio do avô materno, agricultor e pescador. O pai morreu em um acidente de carro quando ele tinha um ano. A mãe, que não havia frequentado escola e nem sido alfabetizada, passou a ser a única responsável pelo sustento e educação dos quatro filhos pequenos.

Antes de Florianópolis, o escritor passou ainda por Joinville, onde vendia picolés e tapetes costurados com retalhos descartados pela indústria têxtil, aos dez anos de idade. Teve empregos diversos, como balconista de uma lanchonete na rodoviária e operário em fábricas.

Aos 28 anos, Vasques publicou seu primeiro livro, “Cão no Claustro”, quando passou a viver da literatura.

Representante do teatro no Conselho Estadual de Cultura, o poeta já foi colaborador de jornais da NSC, como A Notícia e o Diário Catarinense. Ao lado de Rubens da Cunha, ele também é editor do Caixa de Pont[o] – jornal brasileiro de teatro, além de ter sido membro do Conselho Municipal de Políticas Culturais e ter presidido o Fórum Setorial Permanente de Teatro da cidade de Florianópolis.

O pescador amador tem dezenas de livros publicados, como “Elegias Urbanas”, “Anatomia da Pedra & Tsunamis”, “Valdir Rocha – O Construtor de Enigmas” e “A Artesania Tipográfica de Cleber Teixeira”.

Atualmente, Marco Vasques é colunista do Portal Desacato e apresentador do programa cultural Cismos de Arquipélagos, transmitido toda quinta-feira nas redes sociais do portal e que aborda temas como “arte, cultura, poética, ética e estética”.

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