Anunciado como uma nova atração turística da região nos primeiros dias do ano, o empreendimento que retomaria a rota do transporte marítimo de passageiros entre Joinville e São Francisco do Sul não deslanchou.

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Sem ser visto nas águas da baía da Babitonga desde abril, por causa de uma sequência de problemas mecânicos, o Marinebus agora aposta numa mudança de público para evitar que o negócio afunde: um único passeio de ida e volta no trajeto será destinado ao turismo, enquanto no restante do dia o barco ficará à disposição para viagens fretadas com, no mínimo, 15 passageiros.

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A intenção do dono do barco, Pablo Balbis, é transportar principalmente os joinvilenses que trabalham em São Chico. Quando iniciou as atividades, o barco fazia até dez passeios turísticos e havia planos de aumentar a oferta. Ou seja, não era voltado às viagens a trabalho.

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O ponto de partida também não será mais o Centro Histórico de São Chico. Assim que as atividades forem retomadas, o Marinebus receberá os passageiros no trapiche do Parque Porta do Mar, no Espinheiros, em Joinville.

– Nos posicionamos em São Francisco, mas o povo de São Chico não sai cedo para Joinville. Então, vamos nos posicionar a partir de Joinville. Vamos tentar tocar todos os dias, com um passageiro ou dois, não importa. E, fretamentos, só quando houver demanda – diz o empresário.

Os passeios turísticos devem ocorrer de terça a domingo, com saída às 10 horas de Joinville e retorno previsto para 14h30. Já os fretamentos poderão ser realizados entre 6 e 22 horas. Preferencialmente, diz o empresário, com a participação de uma segunda embarcação, que está pronta e será trazida de Florianópolis. Mas o segundo barco só deve operar definitivamente quando a embarcação atual ficar pronta.

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– Se mais esse quebrar, vou ficar com dois barcos parados – diz.

Hoje, o empresário avalia que foi um erro ter iniciado os passeios com apenas um barco. Como o veículo sofreu danos sucessivos e não havia outro para reposição, diz ele, viagens foram canceladas e comprometeram a credibilidade do negócio.

Barco está à espera de duas peças

Não há certeza de quando o Marinebus voltará a navegar. Há expectativa de que seja nos próximos dias porque o barco depende apenas da montagem de duas peças na chamada rabeta, onde fica o motor. Só que os componentes ainda não chegaram de São Paulo.

Na terça-feira, um passeio com 47 crianças será realizado com a embarcação que será trazida de Florianópolis. A viagem, no entanto, será isolada. As duas embarcações só vão retomar o trajeto quando a atual estiver disponível, diz o dono do empreendimento.

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Até agora, Pablo Balbis calcula ter investido R$ 1,2 milhão no negócio. Os custos ainda devem aumentar com a reforma no terminal próximo ao Mercado Público de Joinville. Construído originalmente em vidro e frequentemente depredado, o ponto será reerguido com chapas e grades. Lá, a Marinebus pretende montar um escritório de vendas.

Planos e frustrações

2008 (junho a dezembro)

O sonho do transporte marítimo começou a virar realidade em junho de 2008, com o JetBus, um barco fabricado na Argentina, com capacidade para receber 84 passageiros. Mas a embarcação demorou para chegar a Joinville. O governo do Estado também não havia concluído o projeto de balizamento que criaria a hidrovia para orientar as embarcações. Assim, a primeira viagem só aconteceu em dezembro de 2008.

2009 (março a julho)

Três meses depois, o JetBus operava com duas viagens diárias. A passagem custava R$ 15. Uma estimativa de 10 mil passageiros, que navegaram de dezembro a março, foi divulgada. Destes, 90% eram turistas. Alguns meses depois, o sonho começou a naufragar. Com dificuldades para navegar, o JetBus foi operar em Paranaguá (PR) com a linha turística até a ilha do Mel. O JetTruck permaneceu durante algum tempo em Joinville.

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2010 (dezembro)

Nova empresa de navegação é anunciada para ocupar o terminal Conde D?Eu. A Ecoturis Transporte e Turismo Marítimo começa a buscar documentação necessária para operar a linha Joinville/SFS. A empresa já havia realizado testes de navegação. Faltava a SDR concluir adequações no terminal de embarque. Os passeios estavam previstos para começar aos finais de semana no valor de R$ 25.

2011 (maio)

Um novo processo teve de ser iniciado. Foi praticamente enterrada a proposta de manter linhas pelo rio Cachoeira por causa da maré.

2013 (dezembro)

A empresa Marinebus, de Florianópolis, retoma a iniciativa, desta vez pelo Espinheiros, mas foi preciso reformar toda a sinalização da hidrovia.

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2015 (janeiro)

Com tudo pronto para navegar, o Marinebus faz a primeira viagem na baía da Babitonga. Na semana inaugural, foram anunciadas cinco viagens de ida e cinco de volta entre Joinville e São Francisco do Sul. Dias depois, problemas mecânicos já impediam o barco de fazer algumas viagens.

2015 (março)

As dez viagens diárias são reduzidas para quatro saídas no trajeto. A justificativa foi de que, com o fim da temporada e início das aulas, a procura diminuiu.

2015 (abril a junho)

A partir de abril, as viagens do Marinebus ficaram raras. Problemas mecânicos impediram a continuidade dos trabalhos com a embarcação original e o segundo barco, anunciado pela empresa, não chegou a ser deslocado definitivamente para a região. O dono do negócio decide mudar o público-alvo.

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