A ex-ministra e ex-senadora Marina Silva, que disputou a Presidência pelo PV em 2010 e agora tenta fundar o partido Rede Sustentabilidade para concorrer novamente em 2014, criticou nesta quarta-feira o projeto de restrição a novas siglas que tramita no Congresso.

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Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, Marina expressou seu descontentamento com o apoio do governo Dilma à matéria, que veda o acesso de novas legendas aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de TV na legislatura em que forem criados.

Marina atacou particularmente a postura dos correligionários do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que fundou o PSD em 2011:

– Estão utilizando dois pesos e duas medidas. A lei durou até agora e foi válida inclusive para o prefeito Kassab. Após ususfruir dos direitos legais que fizeram com que o seu partido pudesse ter direito ao tempo de televisão, ele se juntou com o PMDB e com a base do governo para apresentar um projeto de lei proibindo que as outras iniciativas possam ter direito aos benefícios que a lei assegurou a eles. E isso é mudar as regras do jogo durante o jogo.

A ex-ministra também criticou as ações para apressar a aprovação do projeto por parte do governo federal, que, segundo ela, tenta sufocar os movimentos sociais.

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– Obviamente, essa manobra do governo, é uma afronta à sociedade brasileira. A presidente Dilma não precisa disso. Ela já tem mais de 80% de aceitação da população. Por que ela quer sufocar uma iniciativa de [alguém] ter pelo menos 30 segundos nos horário de TV para expor suas ideias? Eu acho que a sociedade brasileira deveria parar para pensar: de que o governo está com medo? É de todas as mobilizações independentes que a população começa a fazer? Nós fizemos um esforço muito grande para criar o PT. O PT criticava muito esse tipo de atitude autoritária, antidemocrática, e, agora, que está no governo, quer sufocar as alternativas legítimas da sociedade, que quer participar da política. Eles querem o monopólio da política – pondera.

Marina disse estar em contato com senadores, inclusive o gaúcho Pedro Simon (PMDB) para tentar criar uma frente contrária ao projeto no Senado.

Ouça a íntegra da entrevista:

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