Em campanha nas ruas e pela internet, a ex-senadora Marina Silva não mede esforços na semana decisiva para criar a Rede Sustentabilidade – a validação tem de ser obtida até sábado para disputar as eleições de 2014.
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Na segunda-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu 24 horas para que o Ministério Público se manifeste sobre o pedido de registro do partido, cujo processo será julgado até quinta-feira.
O prazo foi concedido pela ministra Laurita Vaz após receber relatório da Secretaria Judiciária do TSE sobre a recontagem das assinaturas de apoiadores do partido. Até ontem, a contagem oficial era de 442.524 válidas. O caso será apreciado pela Corte nas sessões de hoje, amanhã ou quinta-feira.
Para obter registro, o partido precisa validar 492 mil assinaturas, o que corresponde a 0,5% dos votos registrados na última eleição para a Câmara. Na semana passada, a ex-senadora reuniu-se com ministros do TSE para defender a concessão do registro do partido e reafirmou que 95 mil assinaturas foram anuladas sem justificativa.
Diante disso, a Rede lançou campanha na internet para que pessoas que assinaram o pedido de criação gravem um vídeo a favor da validação de assinaturas na Justiça. Entre os depoimentos, estão o do ator Marcos Palmeira e da cantora Adriana Calcanhoto.
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Nesta segunda-feira, nas redes sociais, Marina fez propaganda para um tuitaço pró-registro da Rede: “Se você também é uma das 900 mil pessoas que assinaram a ficha de apoio e quer a #Rede com representação política em 2014, participe com a hashtag #EuAssinei”. Também está previsto ato nesta terça-feira à tarde na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Integrantes da executiva nacional provisória da Rede sugerem que Marina desista da candidatura à Presidência caso o partido não seja criado.
– Depois de um trabalho tão rigoroso, só ficaremos sem registro por culpa dos cartórios – afirmou Marina.
Em pesquisa do Ibope divulgada na quinta-feira, a ex-senadora tem 16% das intenções de voto – 22 pontos percentuais atrás de Dilma Rousseff. Ao palestrar para empresários, na segunda-feira, Marina criticou a falta de reformas nos governos Fernando Henrique e Lula e disse que o Brasil só voltará a crescer se trocar o “amontoado de propostas” por um “novo acordo político” – em mais uma defesa de sua candidatura.
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Do otimismo à incerteza
– Em 2011, após deixar o Partido Verde (PV), Marina Silva lançou o Movimento por uma Nova Política. Por isso, a ex-senadora e seus seguidores só começaram a coletar apoios para a criação da Rede em fevereiro de 2013.
– Em abril, o STF suspendeu a tramitação de um projeto no Senado que inibe a criação de partidos. Na ocasião, o ministro Gilmar Mendes disse que o objetivo da proposta era excluir Marina da disputa eleitoral.
– O STF autorizou, em junho, a retomada da tramitação do projeto. No dia 12 do mesmo mês, Marina disse que já tinha as assinaturas suficientes para registrar a legenda.
– Em 26 de agosto, a Rede protocolou o processo de criação do partido no TSE. Em 19 de setembro, anexou mais assinaturas e questionou judicialmente a rejeição de pelo menos 95 mil assinaturas por cartórios.
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– No último dia 23, o TSE aprovou a criação do Partido Republicado da Ordem Social (PROS) e do Solidariedade. Em ambos os casos, houve suspeita de irregularidade na coleta de assinaturas necessárias.
– No dia seguinte, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), defendeu a retomada do projeto que inibe a criação de siglas.
– Em Brasília, Marina se reuniu com ministros do TSE e disse já ter apresentado 557 mil assinaturas à Justiça.
– A criação da Rede precisa ser aprovada pelo TSE até 5 de outubro – um ano antes da eleição – para que Marina possa concorrer à Presidência da República pelo partido em 2014.
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