A ex-ministra Marina Silva publicou neste domingo em seu blog – e também no Twitter – uma crítica à presidente Dilma Rousseff que, segundo Marina, teria desengavetado o Plano Agroecologia, anunciando na última quinta-feira, apenas em função da agenda sustentável que surgiu recentemente no cenário político.
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Em um comentário intitulado “Não é mera coincidência”, Marina afirma que a iniciativa, que prevê a destinação de R$ 8,8 bilhões para esse forma de produção de alimentos, favorecendo cerca de 75 mil famílias, “merece todo apoio dada a relevância para a agricultura familiar”. Mas, em seguida, a ex-senadora pondera que o plano foi criado em 2012 e, desde 2003, ainda no governo Lula, o país já contava com lei sobre a produção orgânica.
Marina diz que o plano “surge com metas tímidas”, citando o porcentual de 5% de compras obrigatórias para o Programa da Aquisição de Alimentos (PAA), o equivalente a R$ 138 milhões, e para o Programa Nacional Alimentação Escolar (PNAE), de R$ 150 milhões.
“Não é por mera coincidência que, um ano antes da eleição, a mesma Dilma que promulgou as mudanças no Código Florestal que favorecem o desmatamento tenha incorporado o desenvolvimento sustentável ao seu discurso”, diz Marina Silva, em seu blog.
Eventos como esse, conforme Marina, “revelam o quanto ideias fortemente alicerçadas em representatividade e legitimidade social podem fazer com que agendas político-eleitorais até então distantes dessas linhas programáticas se esforcem para incorporá-las ao seu repertório. Se isso vier a se transformar em ações e resultados, ganharemos todos, ganhará o Brasil”.
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