A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, confirmou nesta sexta-feira que, pelas estimativas do governo, houve aumento de 10% no desmatamento da Amazônia entre agosto e novembro deste ano em relação a 2006. Há duas semanas, o secretário-executivo da pasta, João Carlos Capobianco, também admitiu o aumento. Marina afirmou que o crescimento do desmatamento “deve ser entendido como um castigo”.
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Pouco antes da entrevista da ministra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, no Palácio do Planalto, um decreto para combater o desmatamento ilegal na região amazônica, que prevê a elaboração de uma lista negativa dos municípios com os maiores índices de derrubada da floresta, o embargo de propriedades nas quais se registrarem crimes contra o ambiente e a aplicação de multas para quem adquirir, intermediar, transportar ou comercializar produtos das fazendas embargadas.
O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Tarso Rezende de Azevedo, que também estava no Planalto, explicou que a causa do aumento do desmatamento pode ter sido o avanço das culturas de soja e cana-de-açúcar e da agropecuária sobre as áreas de floresta. Marina destacou os esforços do governo para reduzir o desmatamento. A ministra não informou o total da área real desmatada no período e fez a ressalva de que, por se tratar de uma estimativa dos técnicos do governo, os 10% de aumento podem não ser confirmados.